Múmias do Egito: Descobertas Surpreendentes Revelam Segredos Milenares
2024-11-11
Autor: Ana
Cientistas do Museu de História Natural Field, em Chicago, realizaram uma pesquisa fascinante sobre 26 múmias do antigo Egito, utilizando tecnologia de tomografia em equipamentos móveis. Essa tecnologia inovadora permitiu a análise dos corpos sem a necessidade de retirar os envoltórios que os preservavam por milênios.
O estudo ocorreu em setembro de 2023, e os resultados começaram a surgir apenas no final de outubro, quando as imagens tridimensionais foram processadas. O que foi descoberto? Informações valiosas sobre as práticas funerárias egípcias e os itens que eles consideravam importantes para a vida após a morte.
Um dos corpos, chamado Chenet-aa, tem aproximadamente 3.000 anos e foi enterrado sem olhos, sendo sepultado com um par substituto. A análise revelou também que ele apresentava desgaste dentário, sugerindo problemas alimentares que envolviam a ingestão de grãos de areia misturados a alimentos.
Outro caso interessante é o de Harwa, conhecido como a primeira múmia a ser coletada em um voo em 1939. Segundo a tomografia, este indivíduo viveu uma vida de conforto, já que seus dentes e ossos apresentavam boas condições, sem sinais de desgaste por trabalho árduo. A gerente de coleções do museu, Stacy Drake, comentou sobre a raridade de tal investigação: "É incrivelmente raro poder investigar ou ver a história a partir da perspectiva de um único indivíduo". Ela sublinha a importância de entender as vidas desses egípcios, muito além das narrativas históricas que foram construídas.
A mumificação era uma prática complexa que durava em média 70 dias. Essa técnica estava intimamente ligada às crenças egípcias sobre a vida após a morte, onde os sacerdotes desempenhavam um papel essencial, realizando rituais e orações durante o processo de embalsamamento. Os órgãos eram extraídos e, em muitos casos, devolvidos ao corpo antes do enfaixamento final. O natron, um composto de sais de sódio, era utilizado para desidratar o corpo e evitar a decomposição. Centenas de metros de linha eram empregadas para envolver as múmias, com amuletos e inscrições mágicas entrelaçados nas camadas.
As descobertas recentes não apenas iluminam os rituais funerários do Egito antigo, mas também oferecem uma janela incrível para a vida e as crenças pessoais dos indivíduos mumificados. Isso nos leva a uma nova reflexão sobre como a civilização egípcia via a morte e o que estavam dispostos a levar para o além. As novas tecnologias estão mudando a forma como vemos o passado, revelando histórias que, por milênios, permaneceram enterradas sob camadas de cinzas e bandagens.