Nação

Mulheres deixadas nuas e dopadas em "clínica do terror" desmantelada no Rio de Janeiro

2025-01-29

Autor: Gabriel

Uma operação chocante da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) resultou na desarticulação de uma comunidade terapêutica clandestina, que se passava por uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, localizada na região de Magé, na Baixada Fluminense, nesta segunda-feira (27/1).

As equipes da polícia encontraram pelo menos 13 mulheres em estado visivelmente dopado, o que levantou alarmes sobre a gravidade das condições em que essas pessoas eram mantidas. A investigação teve início após uma paciente ter conseguido escapar e denunciar os abusos que ocorriam no local, revelando a realidade aterrorizante enfrentada por elas aos moradores da comunidade, que imediatamente acionaram as autoridades.

Após a ação, a Vigilância Sanitária municipal interditou o local e as vítimas foram encaminhadas para atendimento médico e acolhimento psicossocial, buscando restabelecer suas condições de saúde e bem-estar emocional.

As declarações das mulheres dopadas na delegacia revelaram um quadro alarmante de abusos físicos, psicológicos e sexuais, sendo que muitas famílias chegavam a desembolsar até R$ 2 mil por cada paciente internada. Esse valor exorbitante alimentava uma rede de exploração que deve ser investigada minuciosamente.

Todo o caso está sob a investigação da 65ª Delegacia de Polícia (Magé). Os responsáveis pela clínica enfrentarão sérias acusações, incluindo sequestro, cárcere privado, abuso sexual e prática ilegal da medicina.

Em teoria, as comunidades terapêuticas são um espaço seguro para auxiliar pacientes em recuperação da dependência de álcool ou outras substâncias, com internação voluntária. Contudo, a realidade pode estar muito distante dessa idealização, pois muitas dessas instituições operam de forma totalmente irregular e podem corromper o propósito de ajudar.

O que vem à tona com casos como esse é a necessidade urgente de uma fiscalização mais rigorosa sobre essas clínicas, que muitas vezes são grupos privados que não possuem fins lucrativos, mas que cobram taxas exorbitantes e, em muitos casos, são financiadas via doações ou recursos públicos. É imprescindível que a sociedade e o governo estejam atentos e procurem formas de proteger aqueles que buscam ajuda, garantindo que não sejam vítimas de abusos e práticas desumanas.