
Motta Enfrenta Pressão por Anistia, Afirma que Não Haverá Força na Câamara
2025-05-21
Autor: Maria
Em Brasília, o presidente da Câmara, Hugo Motta, não mediu palavras ao afirmar que não existe consenso sobre a proposta de anistia ampla para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Ele destacou que tal proposta não será aprovada à força.
Durante uma acalorada reunião de líderes na última terça-feira (20), Motta respondeu diretamente ao deputado Nikolas Ferreira, que pressionava por uma posição clara sobre a anistia e a CPI do INSS. Apesar de o assunto ter sido discutido rapidamente, a atmosfera ficou tensa quando a questão da anistia foi abordada.
Nikolas, que trouxe à tona a presença de familiares de um fugitivo do ataque em uma reunião anterior, demandou de Motta um pronunciamento público sobre o tema. O projeto de lei já tem as assinaturas necessárias para requerer urgência, permitindo que seja discutido diretamente no plenário, mas a decisão final cabe ao presidente da casa.
Vale destacar que um recente levantamento do Datafolha revelou que 56% dos brasileiros se opõem à anistia em relação aos eventos de 8 de janeiro. Motta manifestou sua exasperação diante da insistência dos deputados no assunto, ressaltando que ninguém mais do que ele deseja uma resolução para essa situação.
O presidente mencionou que a análise do projeto foi adiada devido à ausência de um consenso sobre a anistia 'ampla, geral e irrestrita', conforme descrito no texto atual. Embora o PL tenha sinalizado uma versão menos abrangente, Motta insistiu que não cederá a pressões.
Ele advertiu que, mesmo se o texto passasse na Câmara e no Senado, receberia a sanção do presidente Lula, a proposta poderia ser considerada inconstitucional pelo STF. Durante a reunião, também foi mencionado que o texto atual favorece não só pessoas injustiçadas, mas aqueles acusados de liderar os ataques, levantando a possibilidade de que Jair Bolsonaro se beneficie da anistia.
Após a reunião, Sostenes Cavalcante, líder do PL, contrabalançou que ainda não houve discussão sobre o mérito do projeto e que novos textos mais restritos poderiam ser apresentados para deliberação.
Em uma recente manifestação, Bolsonaro demonstrou seu apoio à anistia, afirmando que não abaixaria a cabeça, embora sua equipe médica tenha recomendado contra a participação. Ele declarou que a anistia é um assunto prerrogativo do Parlamento e chamou atenção para o estado crítico do Brasil.
Por fim, uma pesquisa realizada por uma organização não governamental estimou que cerca de 4.000 pessoas estiveram presentes na recente manifestação em Brasília, reforçando a pressão popular sobre o tema.