Ciência

Morcegos-vampiros em Ação: O Estudo que Revela um Metabolismo Surpreendente!

2024-11-06

Autor: Pedro

Correr em uma esteira por diversos minutos é uma atividade intensa que demanda muito do organismo de um mamífero. As primeiras reservas de energia a serem consumidas são os carboidratos. Depois, o corpo começa a queimar as gorduras armazenadas. Entretanto, se a atividade se prolonga, o organismo busca fontes alternativas de energia para evitar a exaustão.

Para os morcegos-vampiros, existe uma via menos convencional para obter energia. Quando forçados a se exercitar por longos períodos, esses morcegos podem queimar a prolina, um aminoácido encontrado no sangue de suas presas. Esse comportamento assemelha-se ao de insetos hematófagos, como a mosca tsé-tsé, e levanta questões intrigantes sobre a adaptação de diferentes espécies a ambientes variáveis.

Em um estudo fascinante publicado na revista Biology Letters, os biólogos Giulia Rossi e Kenneth Welch, da Universidade de Toronto, realizaram um experimento colocando morcegos-vampiros para correr em uma mini esteira dentro de uma caixa. Eles se mantiveram ativos por vários minutos, revelando detalhes surpreendentes sobre a sua fisiologia.

Embora possuam a habilidade de voar, os morcegos-vampiros podem correr como uma estratégia para rastrear suas presas. Este movimento lateral é semelhante ao estilo dos siri e permite que se aproximem de grandes animais, como bois, sem precisar pousar diretamente nas costas deles. Welch destaca que essa técnica é essencial para a sobrevivência desses morcegos.

Os cientistas utilizaram sensores avançados para medir o consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono durante o exercício. Essas medições de isótopos de carbono possibilitaram calcular a quantidade de compostos usados como fonte de energia. Os resultados desse estudo, realizado com 24 morcegos-vampiros capturados em Belize, na América Central, foram surpreendentes.

Os morcegos foram alimentados com sangue bovino, rico em glicina e leucina, dois aminoácidos cujo nível foi monitorado pelos pesquisadores. Durante os testes, os morcegos foram incentivados a correr até 30 metros por minuto, e a maioria deles continuou em movimento por impressionantes 90 minutos.

Os sensores revelaram que, durante a corrida, esses animais estavam queimando os aminoácidos do sangue que acabaram de consumir, totalizando até 60% da energia gasta na atividade. Esses dados não apenas surpreendem, mas também despertam uma nova reflexão sobre como o metabolismo pode variar entre as espécies.

Os biólogos ressaltam que a estratégia alimentar dos morcegos-vampiros pode não ser a mais eficiente. Diferentemente dos carboidratos, os aminoácidos não podem ser armazenados para uso futuro, obrigando os morcegos a se alimentarem diariamente, ou correm o risco de morrer de fome. Essa luta constante por sobrevivência demonstra que a vida de um morcego-vampiro não é tão glamourosa e fácil como muitos podem pensar. Quem diria que esses criaturas noturnas têm seus próprios desafios diários?