Nação

Misterioso assassinato de Rodrigo Negão em Maricá revela laços perigosos com o crime organizado

2024-09-30

Rodrigo Negão, um nome que gerou temor em Maricá, foi assassinado na varanda de sua casa recentemente, um desfecho trágico para um homem que estava no centro de uma teia de crimes violentos. Investigadores apontam Rodrigo como o chefe de um esquema que controlava tanto o tráfico de drogas quanto a exploração clandestina de sinal de internet e TV na região, intimidadando moradores com a ajuda de agentes públicos corruptos.

As investigações revelaram que Rodrigo era o sócio de uma rede de lojas de eletrônicos, que, segundo a polícia, servia para "lavar" os lucros oriundos de suas atividades criminosas. As contas de Rodrigo apresentavam um contraste alarmante: enquanto ele declarou apenas R$ 170 mil em rendimentos tributáveis no Imposto de Renda de 2022, movimentações bancárias indicam que ele tinha mais de R$ 6 milhões em créditos e débitos. Essa discrepância chamou a atenção das autoridades que, após o afastamento do sigilo fiscal, conseguiram coletar provas suficientes para indiciar Negão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Ele enfrentava acusações de envolvimento em cinco homicídios, incluindo o assassinato do jornalista Robson Giorno em 2019. Rodrigo foi apontado como um dos executores do crime, supostamente encomendado pelo deputado Renato Machado (PT), que se defendeu negando qualquer envolvimento. Além de Giorno, Rodrigo também era réu na morte do vereador Ismael Breve e de seu filho, Thiago Marins, ambos assassinados em sua casa em um ato de violência chocante.

Outra de suas vítimas, Sidnei da Silva, foi atacado por Rodrigo em um ato de vingança, após uma discussão com a ex-cunhada dias antes de seu assassinato. A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) conduziu todos os inquéritos, que culminaram em acusações feitas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Rodrigo Negão foi preso em agosto de 2023, porém, surpreendentemente, estava em liberdade desde maio deste ano, um fato que levanta questões sobre a eficácia da justiça e do sistema penal na região. Seu assassinato, por sua vez, não apenas encerra a vida de um figura alarmante, mas também deixa um rastro de perguntas sobre quem será o próximo no impacto do crime organizado que ainda permeia Maricá.