Nação

Milícias e a Justiça Seletiva: Injustiças em Nome da Ordem

2025-04-18

Autor: Fernanda

A Indústria da Violência: O Que Está Por Trás das Milícias?

Nos últimos anos, as milícias no Brasil se tornaram uma sombra aterrorizante, misturando proteção com extorsão, enquanto brutalizam os mais vulneráveis. Um exemplo alarmante vem à tona: entre 2019 e 2023, casos de violência brutal cometidos por seguranças a serviço da milícia de Amante revelam um quadro assustador.

Casos de Tortura e Impunidade

Em outubro de 2022, dois homens em Canoas (RS) foram torturados e extorquidos por seguranças de uma rede de supermercados, apenas por tentarem furtar dois pedaços de carne. O resultado? Um deles, um homem negro, foi enviado a um coma induzido, apresentando fraturas graves. O gerente da loja, ao invés de agir com compaixão, ainda teve a audácia de registrar o feito em uma foto, como se celebrasse a violência.

Mas essa não é uma exceção. Em abril de 2021, Bruno e Yan Barros, tio e sobrinho, foram assassinados em Salvador após serem entregues a traficantes por seguranças do Atakarejo por roubar quatro pacotes de carne. Essa história de morte em resposta ao furto se repete, revelando uma cultura de vingança respaldada por um público que aplaude.

Justiça Seletiva e Cultura de Morte

É impressionante como, em uma sociedade onde muitos clamam que 'bandido bom é bandido morto', o discurso muda drasticamente quando a milícia é alvo. Comentários nas redes sociais acentuam a aprovação da brutalidade contra furtos menores, enquanto os que se aliam a milícias são defendidos como 'protetores da sociedade'. Essa hipocrisia moral é um sinal claro de uma sociedade doente.

Quando os justiceiros viram ídolos, como no caso do policial militar Vinicius de Lima Britto, que foi exaltado após matar um jovem por roubar produtos de limpeza, temos que nos perguntar: onde está a linha entre justiça e vingança? Um ciclo perigoso se instaurou, onde a verdadeira justiça é substituída pelo desejo de retribuição.

Um Chamado à Reflexão

É hora de refletirmos sobre o que realmente queremos para a sociedade. Trocar a busca por justiça legítima pela celebração da morte sob a fachada de 'justiçamento' não é o caminho. Essas histórias são um lembrete sombrio de que todos merecem dignidade, independente dos erros cometidos. Chegou a hora de questionar: até onde estamos dispostos a ir por uma falsa sensação de segurança?