No último sábado, 9 de novembro de 2024, a cidade de Valência, na Espanha, foi palco de uma manifestação massiva que reuniu milhares de pessoas. O protesto foi impulsionado pela insatisfação com a gestão da resposta ao desastre causado pelas enchentes que atingiram a região em 29 de outubro, resultando em mais de 220 mortes, sendo 212 delas em Valência.

Os manifestantes se concentraram na Praça da Câmara Municipal e marcharam até o Palácio da Generalitat, sede do governo regional, pedindo a renúncia do presidente regional, Carlos Mazón. No entanto, as críticas também foram direcionadas ao governo central de Pedro Sánchez, cuja resposta ao desastre foi amplamente considerada insuficiente.

A principal reivindicação dos protestantes foi a falta de um alerta claro e oportuno sobre a gravidade do fenômeno climático. "Na hora que mais precisávamos, não fomos avisados. Deveriam ter nos alertado para que as crianças não fossem à escola e para que a população evitasse sair de casa", desabafou Julián García, aposentado de 73 anos.

A situação em Valência ainda é crítica, com esforços de limpeza em andamento, pois muitas áreas estão submersas ou devastadas. As autoridades estão empenhadas em localizar dezenas de desaparecidos, refletindo a gravidade da tragédia que afetou quase 80 municípios na região.

Ana de la Rosa, arquivista de 30 anos, ressaltou a má gestão dos políticos, alegando que houve uma competição política em vez de uma colaboração efetiva durante a crise. "Enquanto os cidadãos precisavam de ajuda, estavam mais preocupados com suas disputas políticas", denunciou. Trini Orduña, moradora local, não poupou críticas à classe política, chamando-a de "vergonhosa" e classificando a gestão da catástrofe como "horrorosa".

Essa tragédia e a subsequente manifestação em Valência levantam questões importantes sobre a preparação e resposta a desastres naturais, especialmente em um momento em que eventos climáticos extremos se tornam cada vez mais frequentes e severos.

O fenômeno climático que devastou Valência já começou a afetar outras partes da Espanha, como Barcelona, alarmando as comunidades locais que se preparam para possíveis inundações.