Um mar de protestos tomou conta dos Estados Unidos e do mundo no último sábado (6), com milhões de pessoas unidas contra Donald Trump e Elon Musk. O movimento a favor da democracia, batizado de "Hands Off!", foi uma resposta direta ao que os organizadores qualificam como uma "tomada hostil" que ameaça os direitos e liberdades fundamentais.

Desde capitólios estaduais até grandes praças urbanas, ao todo, mais de 1.400 manifestações ocorreram, inclusive em capitais internacionais como Londres e Paris. Os manifestantes clamaram por um fim ao que chamam de "poder bilionário" que, segundo eles, vem minando a democracia americana.

"Se você se preocupa com os ataques à nossa democracia, o corte de empregos, a invasão de privacidade ou a desvalorização dos serviços públicos, este momento é para você! Vamos construir uma rejeição nacional maciça a essa crise!", destacam os panfletos do evento.

Os organizadores estabeleceram três metas principais para a mobilização: acabar com a corrupção do governo Trump, reverter os cortes nos programas federais essenciais, e parar os ataques a imigrantes e comunidades marginalizadas.

Além disso, o evento evidenciou um forte suporte de diversas organizações, incluindo grupos de direitos civis, sindicatos, defensores dos direitos das mulheres e aliados da comunidade LGBTQ+.

Em Washington, representantes no Congresso, como o deputado democrata Jamie Raskin, se uniram aos protestos, expressando suas preocupações sobre o futuro sob uma administração que, segundo ele, possui "uma política de Mussolini com a economia de Herbert Hoover". Outros manifestantes carregavam cartazes com mensagens como "Proteja nossa Constituição" e "Tire as mãos dos nossos direitos".

Os discursos foram fervorosos, com líderes como a deputada Ilhan Omar enfatizando a importância de lutar por um país que valoriza a justiça e os direitos humanos. "Temos que batalhar por um futuro em que nossos filhos possam acreditar", declarou Omar.

No entanto, a manifestação não foi isenta de conflitos. Em Lafayette, Indiana, um incidente envolvendo um homem armado chamou a atenção. Ele acabou sendo abordado pela polícia após apontar uma arma em meio aos protestos, mas foi liberado posteriormente por não ter ameaçado os manifestantes.

Além de protestar contra a administração Trump, as manifestações também destacaram a necessidade de proteção aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores, questionando os planos de corte e desmantelamento promovidos por Trump e Musk. Sindicatos como a Federação Nacional de Funcionários Federais se manifestaram duramente contra o que chamaram de "maior ataque à negociação coletiva já visto neste país".

Os protestos de sábado mostraram que a insatisfação popular é crescente, e que ainda existe um forte espírito de luta por democracia e direitos humanos nos Estados Unidos. Com o apoio de diversas camadas da sociedade, o movimento "Hands Off!" se estabelece como um grito contra a opressão e a corrupção, à espera de um futuro mais justo e igualitário.