O presidente argentino Javier Milei está buscando estreitar os laços comerciais com os Estados Unidos, propondo um acordo de livre comércio que, segundo ele, passaria por um reajuste nos regulamentos do país para atender as exigências tarifárias elaboradas pela administração Trump. Após promessas de que já tem cumprido nove das 16 condições solicitadas pela Casa Branca, Milei recebeu aplausos em um evento de orientação ultraconservadora.

Entretanto, essa aproximação acontece em um contexto delicado. A Argentina já sinalizou sua disposição de deixar o Mercosul, caso o bloco sul-americano imponha barreiras ao acordo desejado com os EUA. Isso demonstra uma tensão crescente entre a busca de Milei por autonomia econômica e os desafios institucionais atuais do Mercosul.

Por outro lado, a situação torna-se ainda mais complexa com o anúncio de Trump, que condiciona a ajuda financeira à Argentina a um distanciamento significativo da China. O presidente americano deixou claro que interesses de Beijing devem ser revistos, o que significa que Milei precisará romper compromissos existentes com o país asiático.

Para adicionar um pouco mais de contexto, a reunião crucial entre Milei e representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) prevista para essa semana poderá ser decisiva não apenas para a economia argentina, mas também para a postura geopolítica do país na América Latina. A votação do FMI é, sem dúvida, influenciada pelo governo dos EUA, que atualmente busca limitar a influência da China na região. Portanto, o que está em jogo não é apenas um simples acordo comercial, mas uma possível reconfiguração das alianças econômicas do continente.