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Mikheil Kavelashvili é eleito presidente da Geórgia em meio a controvérsias

2024-12-14

Autor: João

Mikheil Kavelashvili, um ex-jogador de futebol com fortes inclinações à extrema direita, foi recentemente eleito presidente da Geórgia. A votação ocorreu em Tbilisi no último sábado, dia 14 de dezembro de 2024, e foi marcada por um boicote da oposição, que questiona a legitimidade do processo eleitoral.

A eleição ocorreu em um ambiente político tenso, onde a atual presidente, Salomé Zurabishvili, classificou o resultado como "ilegítimo" e se recusou a entregar o cargo até novas eleições legislativas serem convocadas. Kavelashvili foi o único candidato, já que o partido opositor, Sonho Georgiano, decidiu não apresentar concorrentes, aproveitando a recusa da oposição em ocupar assentos no Parlamento. O novo presidente foi eleito com 224 votos, conforme declarado por Giorgi Kalandarishvili, presidente da comissão eleitoral.

A Geórgia está passando por uma crise institucional há meses. O partido Sonho Georgiano foi acusado de fraude nas eleições legislativas de outubro, que geraram protestos e tensão política. Além disso, recentemente, o governo anunciou a suspensão das negociações para adesão à União Europeia até 2028, o que intensificou as críticas da oposição.

Os opositores alegam que o Sonho Georgiano se tornou uma força autoritária que, sob a influência do magnata Bidzina Ivanishvili, mantém uma postura pró-Rússia, trazendo preocupações sobre a autonomia e as orientações geopolíticas do país. Para agravar a situação, a nomeação de Kavelashvili trouxe à tona temores sobre um potencial aumento da repressão política e limitações à liberdade de expressão.

Pessoas temem um fortalecimento da agenda extremista que Kavelashvili representa, o que poderia levar a um ambiente político ainda mais contencioso. Enquanto os legisladores o parabenizam, a população e a oposição estão atentas e alarmadas, com a possibilidade de intensificação das protestos e clamor por transparência e democracia no governo georgiano. A situação na Geórgia promete ser um foco de atenção nos próximos meses, especialmente no que tange a direitos civis e à estabilidade política.