A Microsoft, gigante da tecnologia dos Estados Unidos, fez manchetes ao demitir duas funcionárias que ousaram protestar durante um evento em comemoração ao 50º aniversário da empresa. A cerimônia ocorreu na última sexta-feira (4/4) e, ao que tudo indica, as ações das funcionárias Ibtihal Aboussad e Vaniya Agrawal causaram uma grande controvérsia.

De acordo com informações da Bloomberg, Aboussad interrompeu o discurso de um dos líderes do departamento de inteligência artificial para exigir que a Microsoft encerrasse sua relação comercial com o governo de Israel. Agrawal também se manifestou durante uma sessão de perguntas e respostas com o CEO Satya Nadella e os ex-CEOs Bill Gates e Steve Ballmer, levantando sua voz contra as políticas do governo israelense.

A ação audaciosa das funcionárias resultou em suas remoções imediatas do evento, que ocorreu em um dos campos esportivos da sede da Microsoft em Redmond, Washington. Em um e-mail obtido pela Bloomberg, a empresa afirmou que o contrato de Aboussad foi encerrado devido a "atos de má conduta", enquanto Agrawal optou por pedir demissão na segunda-feira seguinte (7/4).

A manifestação delas se alinha a um movimento maior, conhecido como “No Azure for Apartheid”, que se opõe às vendas da Microsoft para as forças armadas israelenses. Esse grupo tem ganhado atenção e apoio nas redes sociais, aumentando o debate sobre o papel das grandes empresas de tecnologia em conflitos internacionais.

Embora a Microsoft não tenha feito um pronunciamento oficial sobre o incidente, a demissão das funcionárias levanta questões importantes sobre liberdade de expressão e o direito de empregados se manifestarem sobre questões éticas relacionadas à atuação empresarial.

A situação também destaca um crescente chamado de resignação entre funcionários de grandes empresas, que se sentem compelidos a agir contra o que percebem como injustiças, revelando um caldo de cultura de ativismo dentro do ambiente corporativo.

Quando empresas de grande porte como a Microsoft enfrentam desafios morais, a repercussão sobre suas decisões pode se estender muito além das paredes de seus escritórios, influenciando opiniões públicas e, potencialmente, alterando o rumo de suas relações comerciais.