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Mercados em Alerta: Haddad e Lula Reúnem-se para Discutir Cortes de Gastos em Meio à Pressão Econômica

2024-10-29

Autor: Carolina

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu pela segunda vez nesta semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada. O encontro, que não estava agendado oficialmente, acontece em um momento de crescente desconforto do mercado em relação à situação fiscal do Brasil, influenciado pela recente declaração de Haddad sobre a falta de um cronograma para anunciar cortes de gastos.

Juntamente com Haddad, participaram da reunião o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ex-número dois da Fazenda, além dos secretários Dario Durigan e Guilherme Mello. Este grupo de alto escalão se reuniu em um contexto de incerteza econômica, enquanto o mercado reagiu negativamente à falta de clareza sobre as medidas de contenção de gastos do governo.

Haddad afirmou que as propostas para a contenção de gastos ainda estão sob análise de Lula, e somente o presidente pode definir quando essas medidas serão finalizadas. Esta cautela vem em um momento em que a preocupação com as contas públicas levou à valorização do dólar, que fechou em alta de 0,95%, cotado a R$ 5,762.

Fontes da Folha de S.Paulo indicam que o foco da reunião é discutir um pacote fiscal, em resposta à pressão do mercado por decisões mais ágeis. Essa mudança de estratégia é considerada uma tentativa de sensibilizar Lula para a urgência em que as medidas precisam ser apresentadas ao Congresso.

Vale lembrar que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, já havia sinalizado a intenção de encaminhar um pacote de revisão de gastos estruturais ao Congresso ainda em 2024. Em outubro, Tebet mencionou que potenciais medidas já estavam sendo avaliadas pela equipe econômica e poderiam ser apresentadas a Lula após as eleições municipais, realizadas recentemente.

Contudo, a discussão sobre certas políticas, como as relacionadas ao salário mínimo e aposentadorias, foi barrada pelo próprio presidente Lula e sua equipe econômica, aumentando ainda mais as incertezas sobre os próximos passos do governo.

Haddad enfatizou que a agenda fiscal é uma prioridade até o fim do ano, e embora a equipe econômica acredite que já existem propostas bastante avançadas, a comunicação dessas medidas só ocorrerá quando houver alinhamento total entre os membros do governo. Bastidores em Brasília apontam uma expectativa de economia entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, que, se concretizada, poderá trazer um alívio significativo para as contas públicas.

Enquanto isso, a confiança dos investidores em relação à capacidade de Haddad de implementar reformas robustas continua elevada, uma vez que todos aguardam por movimentações claras do governo.