No último sábado (21), o ex-deputado Daniel Silveira foi atendido pelo médico Gabriel Moreira no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, onde se apresentou com queixas de dor lombar e histórico de insuficiência renal.

O médico confirmou o atendimento, mas optou por não fornecer detalhes acerca do estado de saúde do ex-deputado, já que ele também prestou depoimento à Polícia Federal. No entanto, o prontuário médico, que foi anexado ao processo de defesa, revela que a única recomendação feita foi o aumento na ingestão de líquidos e uma orientação para buscar um especialista, sendo que não houve prescrição de medicamentos.

Silveira, condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por atos antidemocráticos, teve sua liberdade condicional revogada após não cumprir o horário de recolher. Ele alegou uma crise renal como justificativa para a saída, mas a situação gerou controvérsias e suspeitas sobre o uso do hospital como um meio de burlar as limitações impostas.

O atendimento ocorreu por volta das 22h59 e os exames de sangue e urina realizados apuraram elevações nos níveis de ureia e creatinina, que indicam possíveis problemas renais. Entretanto, médicos costumam solicitar exames adicionais, como ultrassonografias, em casos que demandam mais investigação, o que não ocorreu neste atendimento.

Silveira deixou o hospital às 0h34 do dia 22, mas o caminho até sua residência, que normalmente leva cerca de 25 minutos, o levou a retornar apenas às 2h16, gerando questionamentos sobre suas atividades durante esse intervalo, que é considerado mais longo do que o necessário para o trajeto.

O ministro Alexandre de Moraes, que decidiu manter Silveira preso, apontou que ele fez um desvio em seu trajeto ao hospital, sugerindo que a visita ao hospital poderia ter sido um artifício para evitar a prisão.

A esposa de Silveira, Paola da Silva Daniel, estava em casa no momento do incidente, mas evitou falar com a imprensa, reforçando a atmosfera tensa que envolve a situação familiar e os desdobramentos legais do ex-deputado.