Em meio à controvérsia sobre a fiscalização do Pix, o renomado marqueteiro Duda Lima se tornou uma figura central ao orientar líderes da oposição sobre como explorar as incertezas geradas pela proposta do governo Lula.

Lima, em reuniões com a cúpula do PL, identificou uma vulnerabilidade na narrativa do governo, que, segundo ele, não conseguiu explicar adequadamente como seria implementada a fiscalização de transações acima de R$ 5 mil, anunciada no início do ano. Ele enfatizou que essa questão poderia ser uma mina de ouro em termos de visibilidade para a oposição, dado o apelo popular do sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, que se tornou um símbolo de modernidade financeira em seu governo anterior.

O experiente marqueteiro é conhecido por seu papel fundamental na reeleição de Jair Bolsonaro em 2022, onde inseriu nos primeiros programas de TV do representante do PL as vantagens do Pix, assim como já havia trabalhado na campanha de Ricardo Nunes (MDB), o atual prefeito de São Paulo.

Duda também expressou preocupação com a baixa percepção do governo em relação ao impacto de criar uma regulamentação em torno de um programa tão popular entre a população. A polêmica gerada pela proposta de fiscalização rapidamente se intensificou, e figuras públicas como Bolsonaro e seus filhos, além de outros políticos, levantaram suas vozes contra a medida, criando uma tempestade nas redes sociais. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, lançou um vídeo alarmante que questionava a possível taxação do Pix no futuro, o qual viralizou com quase 300 milhões de visualizações, gerando uma avalanche de desinformação sobre a suposta taxação.

Em resposta à pressão e à crescente controvérsia, o governo recuou e decidiu não seguir com os planos de fiscalização. Na sexta-feira (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a situação, insinuando que o PL estaria por trás da mobilização, devido ao financiamento da produção do vídeo de Nikolas Ferreira por Duda Lima. "Acredito que Bolsonaro está, de fato, envolvido nisso, pois queremos entender essa reação exagerada do governo à medida", disse Haddad à CNN.

Contudo, Duda Lima refutou as alegações do ministro, ressaltando que a responsabilidade pela confusão era do governo federal e sua falta de clareza. Ele acrescentou: "Não fui eu quem criei essa narrativa. O erro estratégico foi do governo ao tentar monitorar o Pix, e o PL apenas mobilizou suas lideranças para uma reação adequada."

A situação levanta uma questão intrigante: qual será o próximo movimento do governo em um cenário onde a popularidade de ferramentas como o Pix se torna central na disputa política? Os desdobramentos dessa polêmica podem influenciar as próximas eleições e o futuro da regulamentação financeira no Brasil.