Nação

Marcos Pontes minimiza atrito com Bolsonaro e nega racha no PL

2025-01-23

Autor: Pedro

O senador Marcos Pontes (PL-SP) afirmou na quarta-feira (22.jan.2025) que é natural discordar de "amigos". A declaração ocorreu após um desentendimento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que criticou a decisão do congressista de lançar uma candidatura independente à presidência do Senado. O PL, partido ao qual ambos pertencem, está apoiando Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Em entrevista ao Poder360, Pontes garantiu que sua candidatura não prejudicará a articulação política do PL no Senado, mesmo após as críticas de Bolsonaro. Ele ressaltou que não vê motivos para que sua decisão gere atritos internos no partido.

“Não há razão para mal-estar. Com a minha candidatura independente, o partido e o acordo [com Alcolumbre] ficam resguardados, e a sigla pode simplesmente ignorá-la. Se eu vencer, o PL teria a presidência, e se Davi ganhar, teremos que convencê-lo sobre as nossas pautas”, disse Pontes.

Ele ainda explicou que decidiu se candidatar de forma independente porque não havia "ninguém da direita" disputando a eleição. "Me coloco à disposição porque escuto a população. Lutamos contra jogos de azar, aborto e drogas, além de sermos a favor da democracia e da liberdade”, afirmou, ressaltando que não viu Alcolumbre defendendo essas posições.

Quando questionado sobre o apoio do PL a Alcolumbre, Pontes declarou que não concorda "100%" com a estratégia do partido. Apesar de entender a razão por trás do apoio – o forte favoritismo de Alcolumbre devido ao número de partidos que o respaldam – mencionou que acredita que ele não está totalmente alinhado com as pautas conservadoras da direita.

“Não concordo totalmente com essa estratégia. Tem uma lógica por trás do apoio, mas temos um desafio: teremos que convencer Alcolumbre a adotar nossas pautas. Isso representa uma dificuldade a mais e vai exigir um esforço significativo”, afirmou.

Pontes também negou ter sido procurado pelo partido para assumir a vice-presidência do Senado, uma posição que, em novembro, foi considerada por Bolsonaro, que chegou a declarar que o ex-ministro estava "quase certo" para o cargo. Atualmente, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) é apontado como o candidato mais forte para a função.

Nos bastidores, a tensão entre Pontes e Bolsonaro tem gerado especulações sobre o futuro político do PL, que busca manter a unidade em um cenário onde as divergências começam a se destacar. A expectativa agora gira em torno da possibilidade de uma reconciliação entre os dois líderes, fundamentais para o sucesso do partido nas próximas eleições.