Carlos Tavares, o CEO da Stellantis, está enfrentando uma onda de incertezas em sua posição, com a imprensa portuguesa alertando que sua demissão pode ser iminente. De acordo com o Automotive News Europe, John Elkann, presidente do grupo, já estaria buscando um possível sucessor.

A fonte de tensão parece ser o descontentamento das marcas americanas sob a bandeira da Stellantis, que incluem Jeep, Dodge, Ram e Chrysler, em contraste com as marcas europeias como Peugeot, Citroën, Fiat, e outras. As declarações de Tavares e a performance financeira da empresa geraram um clima de frustração que aumenta a pressão sobre seu comando.

Após um período de crescimento, os resultados financeiros da Stellantis caíram 48% nos primeiros seis meses de 2024. Tavares indicou que as marcas norte-americanas estão no cerne do problema, culpando-as por dificuldades significativas. Ele mencionou especificamente os desafios enfrentados pela Dodge, destacando que a questão central é a falta de uma estratégia de marketing eficaz, apesar de acreditar na qualidade dos produtos oferecidos.

Ainda entre as marcas europeias, a aceitação de Tavares é uma questão em aberto. As icônicas Alfa Romeo, Lancia e Maserati, que eventualmente se uniram sob a nova bandeira da Stellantis, estão sob pressão para provar seu valor. A Alfa Romeo, por exemplo, acusa a Dodge de copiar seus designs de SUV, sem realizar as inovações necessárias, o que gerou um clima de rivalidade interna e descontentamento.

Embora o contrato de Carlos Tavares esteja garantido até 2026, ele está ativamente envolvido na busca por um novo líder junto a Elkann. Porém, fontes sugerem que a substituição não deve ocorrer imediatamente, mas a instabilidade continua a aumentar a insegurança em torno de sua permanência à frente da empresa.

Outro fator que complica a situação é a disparidade no avanço em eletrificação entre as marcas. Enquanto as marcas europeias da Stellantis, oriundas da PSA, estão se destacando em inovações elétricas, as marcas americanas parecem estar atrasadas nesse aspecto crucial para o futuro da indústria automotiva.

As tensões internas e os desafios de mercado tornam o futuro de Tavares na Stellantis uma questão quente na indústria automobilística, colocando as marcas sob um microscópio que pode resultar em mudanças significativas na liderança da gigante automotiva.