Saúde

Mais que IMC: Especialistas Revelam Necessidade Urgente de Reformulação no Diagnóstico da Obesidade

2025-01-15

Autor: Mariana

Você sabia que o IMC pode enganar? A Comissãodo Obesidade Clínica, composta por 56 especialistas renomados, publicou recentemente na revista "The Lancet Diabetes & Endocrinology" um alerta sobre a necessidade de reformular o diagnóstico da obesidade, destacando que confiar unicamente no IMC não é suficiente.

Apesar do Índice de Massa Corporal (IMC) ser um método comum de avaliação - onde o cálculo é feito dividindo o peso em quilos pela altura em metros ao quadrado - ele tem suas limitações. Por exemplo, pessoas com gordura localizada podem ter um IMC que não reflete seu real estado de saúde. Robert Eckel, professor de medicina na Universidade do Colorado, enfatiza que a distribuição da gordura no corpo é um fator crucial que o IMC não considera.

📊 A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo enfrentam a obesidade, um problema crescente que também afeta crianças e adolescentes. Isso é alarmante, considerando que, segundo projeções, nos próximos 20 anos, 75% dos adultos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso.

Novo Modelo Proposto

O novo modelo proposto pela comissão introduz duas categorias principais:

1. **Obesidade Clínica:** Associada a limitações diárias e risco evidente à saúde, como insuficiência cardíaca e dor nas articulações.

2. **Obesidade Pré-Clínica:** Embora não apresente sintomas evidentes, essas pessoas correm um maior risco de desenvolver doenças graves no futuro.

Os especialistas defendem que a avaliação da obesidade deve incluir medidas adicionais, como a circunferência abdominal e exames mais sofisticados (como a DEXA, que avalia a composição corporal). Isso porque o IMC, embora útil para análises populacionais, não capta a complexidade da saúde individual.

Apoio dos Especialistas

📣 Importante ressaltar que endocrinologistas brasileiros apoiam esta nova perspectiva, argumentando que é uma evolução na forma de entender a obesidade. Eles acreditam que a nova classificação não apenas melhora o diagnóstico, mas também favorece o acesso a tratamentos adequados, especialmente no SUS.

Ricardo Cohen, presidente da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade, acredita que essa nova abordagem permitirá um tratamento mais direcionado e humanizado, focando na necessidade particular de cada paciente. “A obesidade não é apenas uma questão de disciplina, mas uma condição médica que requer atenção e cuidado”, destaca.

Esse novo conhecimento é vital para mudar a visão que a sociedade tem sobre a obesidade. Não se trata apenas de um problema estético, mas de uma condição que pode desencadear sérios problemas de saúde, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e transtornos mentais. Portanto, é fundamental que essas classificações e recomendações sejam divulgadas amplamente e que as pessoas entendam que, com a ajuda certa, a obesidade pode ser gerida eficazmente.