No último sábado (28), durante um comício para celebrar sua vitória eleitoral contestada, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez acusações sérias contra a líder da oposição, Marí­a Corina Machado. Maduro afirmou que Machado estaria preparando sua fuga do país, semelhante às alegações que fez contra Edmundo Gonzá­lez, o principal candidato oposicionista da recente eleição presidencial.

"Hoje lhes digo, a suposta abelha-rainha ficou sem abelhas e está preparando suas malas Gucci (...). Ela sabe o que estou dizendo, 'La Sayona' [referindo-se a Machado] está se preparando para ir embora, compadre, estou lhes dizendo, eles são covardes", disparou Maduro na manifestação, conforme relatado pelo site Efecto Cocuyo.

O presidente, que enfrenta uma crescente pressão interna e externa, também criticou os opositores, dizendo que os "fascistas promovem o ódio, a divisão, a intolerância e buscam a violência; mas quando são derrotados, se mostram covardes".

Desde a polêmica eleição em 28 de julho, onde Maduro foi declarado vencedor, Marí­a Corina Machado não tem poupado esforços para exigir a declaração de Edmundo Gonzá­lez como o verdadeiro ganhador, mas misteriosamente desapareceu das mídias sociais e não comentou sobre a situação atual. Seu silêncio levanta especulações sobre sua segurança e possíveis chances de exílio.

A oposição argumenta que as manifestações pós-eleitorais foram violentamente reprimidas pelas forças de segurança, resultando na morte de 27 pessoas, conforme reportado por ONGs e pela imprensa local. Marí­a Corina é acusada pelo governo chavista de incitar tal violência e de divulgar informações que comprovam a vitória de Gonzá­lez, tornando-se um alvo ainda mais vulnerável para o regime.

Porém, a situação está tensa. Gonzá­lez, que também enfrentou a repressão do governo antes de seu exílio na Espanha há três semanas, é uma figura central na luta pela democracia na Venezuela. Enquanto isso, Maduro utiliza essas acusações como um recurso para desviar a atenção das críticas à sua própria governança e dos crescentes problemas socioeconômicos enfrentados pela população venezuelana.

O que ocorrerá com Marí­a Corina agora? As tensões políticas aumentam ainda mais em um cenário já instável, onde as vozes da oposição parecem ser silenciadas uma a uma. A comunidade internacional observa atentamente, enquanto os relatos de abusos de direitos humanos continuam a emergir diariamente.