Após uma bem-sucedida viagem ao Japão e ao Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prestes a repetir sua estratégia de diplomacia com uma comitiva de parlamentares influentes. Em maio, Lula embarcará rumo à Rússia e, em seguida, à China, com o intuito de fortalecer as relações internacionais e a articulação política no Congresso Nacional.

Fontes próximas ao Palácio do Planalto indicam que a iniciativa é uma definição pessoal do presidente. A presença de líderes do Congresso durante essas visitas internacionais, segundo a avaliação interna, enriquece o diálogo entre os Poderes e promove um ambiente mais colaborativo em Brasília.

Durante sua passagem pelo Japão, Lula foi acompanhado por figuras de destaque do Parlamento, incluindo os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Essa estratégia não apenas reforça a imagem de Lula como um político que preza pelas relações diretas, mas também sinaliza sua intenção de reencontrar o alinhamento com aliados, algo que se tornou desafiador em seu terceiro mandato por conta de dificuldades de articulação.

Na Rússia, Lula participará das comemorações pelos 80 anos da vitória sobre o regime nazista na Segunda Guerra Mundial, um evento com forte simbolismo e organizado pelo presidente Vladimir Putin, que se espera reunir um grande número de chefes de Estado.

Após essa etapa, Lula seguirá para a China, onde se reunirá com autoridades locais e participará de um encontro entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a China. Esta reunião é uma continuação dos esforços de cooperação iniciados na cúpula preparatória da Celac, que ocorreu recentemente em Honduras. Além de reforçar a atuação brasileira em fóruns multilaterais, Lula também terá compromissos bilaterais com o presidente chinês, Xi Jinping, que podem abrir portas para novos acordos comerciais e parcerias estratégicas para o Brasil.

Essas visitas refletem não apenas uma movimentação diplomática de alto nível, mas também uma tentativa de Lula de restabelecer sua influência no cenário político interno brasileiro. Afinal, fortalecer os laços internacionais é fundamental para garantir apoio e estabilidade em casa.