Lula avança na área social, mas enfrenta desafios econômicos com tensões no mercado
2025-01-07
Autor: João
As tensões entre o presidente Lula e o mercado financeiro continuam a ser uma barreira para o crescimento econômico. Após a inclusão da isenção do Imposto de Renda até R$ 5.000 no novo pacote fiscal — uma demanda que Lula hesitou em aceitar — o dólar atingiu recordes históricos, chegando a R$ 6,30. Ao iniciar 2025, a moeda americana seguia acima dos R$ 6,15, o que pode pressionar ainda mais a inflação.
Apesar das dificuldades econômicas, o governo tem se esforçado para destacar resultados positivos na área social. Desde sua posse, Lula tem conseguido cumprir parcialmente suas promessas, em grande parte graças ao trabalho do ministro Fernando Haddad e da ministra Simone Tebet. Surpreendentemente, o desemprego caiu para 6,1%, a menor taxa desde 2021, com 91% das novas vagas ocupadas por beneficiários do Bolsa Família.
Além disso, 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza em apenas um ano, de acordo com dados do IBGE, resultando na redução da população pobre de 67,7 milhões para 59 milhões, o menor nível desde 2012. A balança comercial também apresentou superávit significativo, com um total de US$ 74,6 bilhões em 2024, e as projeções do PIB mostraram um aumento de 2,4% para 3,4% em 2024, conforme estimativas da CNI.
O setor automotivo, segundo a Anfavea, foi um dos que mais se destacou, com um crescimento de 15% nas vendas, enquanto a construção civil apresentou alta de 4,1%, segundo dados da CBIC.
Contudo, as polêmicas envolvendo o governo não cessaram. Lula se opôs firmemente às pressões do mercado financeiro e ao ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alegando que sua gestão estava sendo boicotada. Os investidores esperam um plano mais robusto de contenção de despesas, visto que subsídios às áreas de educação e saúde são considerados gastos excessivos por eles.
As projeções de inflação também são preocupantes. O IPCA, que já apresentou alta de 0,34% em dezembro, deve terminar o ano em torno de 4,71%, ultrapassando a meta do governo. A situação é agravada por aumentos nos preços dos alimentos, principalmente carnes, que dispararam 8% em novembro, um duro golpe para os cidadãos.
Para melhorar a percepção do governo, Lula reconheceu a deficiência na comunicação de suas realizações e anuncia planos para reestruturar sua equipe de comunicação. O atual ministro da Secom, Paulo Pimenta, deverá ser substituído pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, que foi responsável pela campanha vitoriosa de 2022. O presidente está determinado a garantir que a população esteja informada sobre as conquistas do governo e que isso possa traduzir-se em uma mudança positiva na percepção pública.