O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) finalmente decidiu decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a esperada Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Essa decisão, revelada pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Victor dos Santos, visa garantir a segurança de autoridades internacionais, incluindo líderes de países como China e França, que estarão presentes no evento.

"A GLO é uma norma em grandes eventos internacionais. O país que sedia tem a responsabilidade de assegurar a segurança de todos os participantes. Já havia expectativa quanto a essa decretação. Este é um ato do governo federal, uma vez que se trata de um evento internacional, e a força do estado deve atuar em conjunto", afirmou Santos após uma reunião das forças de segurança.

Nos últimos dias, o Rio enfrentou episódios preocupantes de violência, com mortos em confrontos entre polícia e facções criminosas. Em resposta, foi criado um grupo de trabalho para investigar a estrutura financeira dessas organizações e implementar medidas visando a recuperação das áreas afetadas.

As GLOs, previstas na Constituição, permitem que as Forças Armadas atuem em situações excepcionais com poderes de polícia. Desde 1992, mais de 140 GLOs foram realizadas no Brasil, sendo a maioria em resposta a greves, grandes eventos e processos eleitorais.

Embora o governo ainda não tenha definido a duração da GLO, a expectativa é que ela se estenda por todo o município do Rio, permitindo uma supervisão rigorosa da segurança durante o G20. O secretário de Segurança destacou a importância da integração das forças de segurança, que deve ser uma prioridade não apenas em eventos, mas de forma contínua.

Destacando as medidas práticas que serão adotadas, o secretário mencionou restrições no Aeroporto Santos Dumont, próximo ao local da Cúpula. "Somente companhias aéreas regulares terão autorização para operar durante o evento", afirmou.

Contudo, vale ressaltar que em outubro de 2023, Lula havia declarado que não decretaria uma GLO no Rio enquanto fosse presidente, expressando desconfiança sobre a eficácia das intervenções anteriores: "Não vamos repetir o que foi feito anteriormente, onde gastos exorbitantes não resultaram em melhorias na segurança", disse ele.

Diante disso, a decretação da GLO levanta dúvidas sobre a forma como o governo lidará com a segurança em um contexto tão explosivo. Afinal, este evento não apenas trará importantes figuras da política internacional, mas também poderá refletir o estado atual da segurança pública no Brasil. O que o governo fará para garantir que tudo ocorra sem incidentes? Quantas GLOs mais serão necessárias no futuro? Fique atento – as respostas podem mudar o rumo da segurança no país.