Esportes

LFU fecha acordo para alteração de contrato, clubes terão que devolver dinheiro a investidores

2024-09-26

A Liga Forte União (LFU) anunciou um acordo significativo que promete mudar o cenário financeiro dos clubes brasileiros. Em uma reunião recente, os clubes decidiram reduzir o percentual dos direitos comerciais que haviam vendido a investidores para os próximos 50 anos do Campeonato Brasileiro. Inicialmente, os investidores estavam programados para se apropriar de 20% das receitas. Agora, esse percentual foi cortado pela metade para 10%.

Os clubes que participaram dessa mudança incluem Athletico-PR, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Botafogo, Cruzeiro e Vasco. Esta reestruturação traz à tona uma necessidade urgente de devolução de quantias aos investidores, já que muitos clubes, como os da Série A, receberam um adiantamento correspondente a 12% no ano passado, enquanto agora terão que devolver os 2% excedentes.

Os valores que estão em jogo são impressionantes. Por exemplo, o Internacional que tinha um valor equivalente a 218 milhões de reais a 20%, agora tem apenas 109 milhões a 10%. O que leva a um enorme impacto financeiro.

Comentários de especialistas e cartolas do futebol brasileiro indicam que a mudança no contrato foi motivada pela desigualdade nas transmissões do Campeonato Brasileiro entre as ligas. A Libra, um grupo concorrente de clubes, não vendeu percentual de seus direitos comerciais, aumentando a pressão sobre a LFU para se alinhar e preservar a equidade no Campeonato.

O impacto do novo contrato será sentido em duas frentes: o fluxo de caixa e a contabilidade. No que diz respeito ao fluxo de caixa, os clubes terão que ajustar seus planejamentos financeiros para 2024 e 2025, visto que a expectativa de receitas das próximas parcelas agora é incerta. A LFU já tomou medidas para facilitar a devolução dos valores, permitindo um prazo de até cinco anos para o pagamento.

Na esfera contábil, as mudanças exigirão ajustes que ficarão evidentes nas demonstrações financeiras de abril de 2025. Isto significa que clubes, que apresentaram superávits por conta da contabilização de receitas futuras, terão que fazer reversões de valores já lançados, levando a possíveis prejuízos em suas próximas demonstrações financeiras. O Fluminense, por exemplo, precisará reverter R$ 106,5 milhões do seu balanço de 2024.

Enquanto isso, os investidores da LFU se movimentam rapidamente no mercado financeiro para garantir os fundos necessários para honrar os pagamentos. No último mês, a Sports Media Participações S.A., responsável pela gestão dos direitos comerciais dos clubes da LFU, conseguiu levantar cerca de R$ 750 milhões através de um hedge fund brasileiro.

Esses recursos visam, entre outras coisas, pagar dívidas pendentes e viabilizar empréstimos para clubes em dificuldades financeiras, como a quantia de R$ 150 milhões ao Corinthians. Os próximos meses serão cruciais para entender como essa reestruturação afetará a saúde financeira dos clubes e o desempenho no Campeonato Brasileiro.