Ciência

Leões-marinhos atacam banhistas na costa da Califórnia: Entenda o que está acontecendo!

2025-04-06

Autor: Ana

Leões-marinhos, conhecidos por sua natureza curiosa e brincalhona, têm surpreendido os banhistas ao atacá-los nas águas ao longo da costa sul da Califórnia.

Recentemente, em 30 de março, Pheobe Beltran, uma jovem de 15 anos de Long Beach, teve uma experiência aterrorizante quando um leão-marinho mordeu seu braço direito. Ela compartilhou sua história em uma entrevista: "Fiquei tão assustada e chocada, a dor era intensa e contínua".

Seu braço ficou marcado com mordidas, hematomas e arranhões, mas felizmente ela não precisou de pontos. Essa não foi a única ocorrência. No Condado de Ventura, em 21 de março, um surfista, RJ LaMendola, relatou ter sido atacado por um leão-marinho. Ele descreveu o ataque como violento, afirmando que o animal parecia "selvagem, quase demoníaco".

Por que os leões-marinhos estariam se comportando assim? Especialistas sugerem que os ataques podem estar relacionados a uma intoxicação por ácido domoico, provocada pela proliferação de algas tóxicas conhecidas como "maré vermelha".

Essas toxinas afetam a saúde dos leões-marinhos, que têm apresentado comportamentos estranhos e agressivos devido ao envenenamento. O CEO do Marine Mammal Care Center em Los Angeles, John Warner, explicou que muitos desses animais estão chegando à costa em estado crítico, com evidências de que a situação é alarmante: "Estamos vendo um número sem precedentes de leões-marinhos doentes, e a gravidade da doença é preocupante."

Quando intoxicados, os leões-marinhos podem enfrentar complicações como dificuldades respiratórias e convulsões. Em um estado de desorientação, eles podem atacar banhistas sem perceber.

A mudança climática também está impactando o ecossistema aquático. O aumento da temperatura da água e o uso excessivo de fertilizantes na agricultura contribuem para o crescimento das algas tóxicas. Essa mudança faz com que as toxinas entrem na cadeia alimentar, afetando não apenas os leões-marinhos, mas também outros predadores marinhos.

Em 2023, o Marine Mammal Care Center relatou o pior surto de algas tóxicas já registrado na região, com mais de 2 mil chamadas referentes a animais doentes em um curto período. A taxa de recuperação dos leões-marinhos também é preocupante, com apenas 50% a 65% deles conseguindo voltar ao mar após o tratamento.

Além disso, muitos leões-marinhos que estavam grávidas acabaram perdendo seus filhotes devido à intoxicação, o que levanta preocupações sobre a continuidade da espécie. O centro está trabalhando arduamente para tratar esses animais, fornecendo medicamentos e suporte nutricional, mas a situação é delicada.

Neste contexto, é essencial que a população compreenda a gravidade dos ataques e a razão atrás desse comportamento atípico. Com a resiliência dos leões-marinhos em risco, a consciência ambiental e as ações de preservação se tornam mais urgentes do que nunca.