Justiça obriga médica a retirar vídeos negando câncer de mama das redes sociais
2024-11-01
Autor: Lucas
O Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) tomou uma decisão incisiva contra a médica Lana Tiani Almeida da Silva, ordenando a exclusão imediata de vídeos em que ela, sem apresentar evidências, afirma que o câncer de mama não existe. Essas declarações infundadas foram veiculadas durante o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre a importância da detecção e prevenção desse grave tipo de câncer.
A decisão, amplamente divulgada na imprensa, ressalta que as alegações de Lana descredibilizam os métodos científicos estabelecidos e representam um "enorme e irresponsável risco à saúde da população." Caso a médica continue a desmentir a existência da doença e mantenha os vídeos nas plataformas digitais, ela poderá enfrentar uma multa diária de R$ 1.500.
Lana, que se apresenta nas redes sociais como uma especialista em "medicina integrativa e modulação hormonal bio idêntico nano", pediu aos seus seguidores que ignorassem a campanha do Outubro Rosa. Em suas afirmações, ela declarou: "Venho falar para vocês que câncer de mama não existe. Então esqueçam Outubro Rosa, esqueçam mamografia. Mamografia vai causar inflamação nas mamas." Atualmente, Lana contava com cerca de 10 mil seguidores no Instagram.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) rapidamente classificou o conteúdo como fake news. De acordo com o Inca, o câncer de mama representa aproximadamente 30% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, com uma projeção alarmante de 74 mil novos casos anuais até 2025.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) enfatiza que a disseminação de informações fraudulentas é muitas vezes impulsionada pela intenção de lucrar com a venda de curas milagrosas, frequentemente utilizando hormônios manipulados. Além da exclusão dos vídeos, a Justiça estipulou que Lana não pode anunciar qualquer método alternativo ou cura para doenças formidáveis.
Essas condutas não apenas colocam em risco a saúde pública, mas também trazem à tona a urgência de uma discussão mais ampla sobre a desinformação na saúde, especialmente em plataformas digitais. A responsabilidade social de profissionais de saúde deve sempre prevalecer, especialmente quando se trata de questões tão sérias como o câncer.