Justiça Obriga Médica a Retirar Conteúdo Falso sobre Câncer de Mama da Internet
2024-11-01
Autor: Maria
Decisão Judicial
O Tribunal de Justiça do Estado do Pará tomou uma decisão drástica nesta sexta-feira (1º/11) ao determinar que a médica Lana Tiani Almeida da Silva exclua imediatamente todo o conteúdo online onde faz alegações infundadas sobre o câncer de mama. A profissional é acusada de afirmar que essa doença não existe e de se opor à realização de mamografias, um dos exames essenciais para a detecção precoce do câncer.
Consequências da Decisão
Com a ordem judicial, Lana foi forçada a retirar suas postagens polêmicas e está proibida de produzir qualquer novo conteúdo negacionista sobre o câncer de mama. A decisão tribunalina também a obriga a "se abster de anunciar qualquer cura ou método alternativo para patologias relacionadas ao câncer". Um descumprimento das determinações poderá resultar em uma multa diária de R$ 1,5 mil.
Início do Processo
O processo contra a médica foi iniciado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) após seus vídeos, onde se apresenta como especialista em mastologia, se tornarem virais. Em uma de suas declarações alarmantes, ela disse: “Venho falar para vocês que câncer de mama não existe. Então esqueçam Outubro Rosa. Esqueçam mamografia.”
Afirmações Duvidosas
Além do alarmismo, Lana ainda insinuou que tratamentos hormonais seriam mais eficazes do que a quimioterapia para curar tumores, uma afirmação que foi rapidamente contestada. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) advertiu que esse tipo de "tratamento alternativo" pode, na verdade, incentivar o crescimento de células cancerígenas, uma vez que muitos tumores se desenvolvem a partir de hormônios sexuais femininos.
Impacto da Desinformação
Vale ressaltar que a desinformação sobre o câncer de mama e a resistência ao tratamento convencional, como a mamografia, podem ter consequências devastadoras na saúde pública. A confirmação de diagnósticos precoces e o devido acompanhamento são fundamentais para aumentar as taxas de sobrevivência dessa doença que afeta milhares de mulheres anualmente no Brasil.
Investigação do CFM
Atualmente, além do processo judicial, Lana Tiani também está sob investigação do Conselho Federal de Medicina (CFM), e os detalhes dessa medida administrativa permanecem em sigilo. A situação ressalta a necessidade urgente de responsabilizar profissionais da saúde que disseminam informações prejudiciais.