Nação

'Justiça Atingida, Mas a Falta Que Larissa Faz É Imensurável', Diz Tia Após Condenação de Trio por Assassinato

2024-11-15

Autor: Ana

"A sentença alivia, mas nunca será justa. Larissa não volta mais", desabafa Camila Ferreira da Silva, de 35 anos, tia e 'mãe de consideração' de Larissa Estefany da Silva Rodrigues, de apenas 17 anos. A jovem foi brutalmente assassinada após ser sequestrada, torturada e abandonada nas águas da Várzea das Flores, em Contagem, há dois anos. No dia 15 de novembro, a Justiça condenou dois homens e uma mulher a mais de 19 anos de prisão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

Camila acompanhou com penas pesadas o emocionante julgamento de Ramon Gibson Costa, Bruno Borges de Souza Pereira e Gabriela Rodrigues Bispo, que durou impressionantes 18 horas no Fórum de Contagem. "Foi um dia para reviver a dor mais profunda. Para mim, Larissa era quase uma filha. Cada testemunho era como uma facada, mas eu sabia que tinha que estar lá por ela. As lágrimas não paravam", confessa.

Para Camila, a condenação destes criminosos representa o fechamento de um ciclo na busca por justiça, mas a dor da perda nunca será sanada. "Espero que cumpram cada dia na cadeia. Larissa sempre pode contar comigo, e não seria diferente neste momento decisivo. É um dia difícil, mas finalmente ela pode descansar em paz. Ainda hoje, irei ao cemitério visitá-la", afirma a tia, com uma expressão de dor e determinação.

A condenação é inegavelmente um marco no caso, que chocou a sociedade. Ramon foi sentenciado a 19 anos e 15 dias de reclusão em regime fechado devido à gravidade do crime. O juiz Elexander Camargos Diniz destacou que Ramon foi o único que confessou o crime, assumindo a responsabilidade pela morte de Larissa.

Bruno recebeu a pena mais severa, 19 anos e oito meses de prisão, embora tenha negado sempre a sua participação, mesmo após sua presença ser comprovada em vídeos durante o inquérito policial. Gabriela, que foi considerada pelo júri como tendo participação de menor importância, recebeu uma pena de 13 anos e cinco meses.

Mas como tudo começou? A investigação da Polícia Civil de Minas Gerais revelou que Larissa foi sequestrada durante um baile funk em novembro de 2022, onde os acusados estavam presentes, envolvidos com o tráfico de drogas. Depois de ser levada para a Várzea das Flores, como se não bastasse a brutalidade do sequestro, sofreu espancamentos e tortura antes de ser morta a pedradas.

Imagens perturbadoras que circularam nas redes sociais à época mostraram Larissa sendo agredida e trancada à força no porta-malas de um veículo, enquanto pessoas ao redor assistiam a tudo sem intervenções. Este trágico acontecimento alertou a população sobre a crueldade e a impunidade que ainda cercam o tráfico de drogas. Os suspeitos alegaram ter desavenças pessoais com Larissa, mas a sociedade em geral ficou horrorizada com a impassibilidade do público durante o crime.

"Justiça foi feita, mas nunca será suficiente para apagar a dor que sentimos pela perda de Larissa. Que sua história sirva de alerta para muitos", conclui Camila, citando um desejo profundo de que nenhuma outra família passe pela mesma tragédia que a dela.