Judicialização Impacta Hapvida e Faz Ação Despencar 6%! Veja o Que Está Acontecendo
2024-11-13
Autor: Fernanda
A Hapvida (HAPV3) divulgou resultados surpreendentemente fracos no terceiro trimestre de 2024 (3T24), impulsionados por um aumento nas provisões para contingências, devido à escalada da judicialização no setor de saúde.
As ações experimentaram uma volatilidade intensa após o resultado: começaram em forte queda, tiveram uma leve recuperação durante a teleconferência da empresa, mas caíram novamente ao longo da tarde. Na sessão do dia 13 de novembro, os papéis HAPV3 despencaram 6,34%, sendo negociados a R$ 3,10.
Durante a teleconferência, os executivos da Hapvida anunciaram uma elevação nos preços dos planos de saúde para tentar mitigar os impactos decorrentes da crescente judicialização, que a empresa classificou como "aumento expressivo" na busca de clientes pelo amparo da Justiça.
A XP Investimentos expressou preocupação com os resultados que ficaram aquém das expectativas, especialmente pelas provisões para contingências, que triplicaram no ano e dobraram em relação ao trimestre anterior, totalizando impressionantes R$ 307 milhões. As despesas relacionadas à receita aumentaram 1,5 ponto percentual, alcançando 18,2%.
Um dado alarmante é que R$ 80 milhões dos valores provisionados referem-se a períodos anteriores. A XP destacou outro ponto crítico: os depósitos judiciais aumentaram R$ 210 milhões no trimestre, cobrindo 188% do total das contingências, o que sugere que as provisões podem continuar a subir ou que os depósitos podem começar a diminuir.
Por outro lado, a receita líquida da Hapvida teve um crescimento de 6,6% na comparação anual, impulsionada pelo aumento da média dos planos, já que a empresa continua a otimizar seu portfólio.
De acordo com o JPMorgan, os resultados ficaram abaixo do esperado devido a uma melhora menor na taxa de sinistralidade (MLR) e provisões mais altas do que o previsto, que totalizaram R$ 276 milhões no 3T24, contra R$ 130 milhões no 2T24. O banco manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 7.
A Ativa Investimentos também avaliou os dados do trimestre como desapontadores, especialmente em relação ao lucro. O aumento de R$ 151,7 milhões nas provisões para ações judiciais foi um reflexo direto da judicialização crescente no setor.
Os analistas alertam que as incertezas em torno das necessidades de provisões adicionais podem limitar a expansão da margem Ebitda da empresa e justificar a recente queda no preço das ações. Já o Bradesco BBI observou que, apesar de as provisões terem vindo superiores ao esperado, as despesas de venda menores compensaram esses números, mantendo a recomendação de compra para as ações da Hapvida.
Em contrapartida, o Goldman Sachs apontou um aumento de R$ 133 milhões nos depósitos judiciais civis, considerado um resultado melhor do que o esperado, especialmente em relação às expectativas de aceleração nesse valor. Porém, ainda foram registradas provisões civis significativas, que requerem atenção redobrada dos investidores.
Diante desse cenário turbulento, fica a pergunta: a Hapvida conseguirá reverter essa tendência negativa e recuperar a confiança dos investidores? O que o futuro reserva para essa gigante do setor de saúde?