Mundo

Jornalista surpreendido ao entrar em grupo secreto do governo dos EUA relata situação extraordinária

2025-04-07

Autor: Gabriel

Jeffrey Goldberg, editor-chefe da renomada revista The Atlantic, foi acidentalmente adicionado a um grupo de mensagens de alto escalão do governo dos EUA, uma situação sem precedentes na história do país. Durante sua participação, planos secretos e detalhados de ações militares foram discutidos, expondo a seriedade do incidente.

O uso do aplicativo de mensagens Signal, que não é oficialmente autorizado para transmissão de informações sigilosas, levanta questões de segurança, especialmente porque nesse grupo autoridades debatendo estratégias da ofensiva militar americana contra os rebeldes houthis, no Iémen, em 15 de março. A revelação de que um jornalista poderia ter acesso a tais informações confidenciais deixou muitos, especialmente dentro do governo, alarmados.

Em uma entrevista com o programa Fantástico, da TV Globo, Goldberg compartilhou a sua experiência. Ele estava em sua viagem à Áustria quando recebeu uma solicitação para conversar no Signal, enviada pelo assessor de segurança nacional Mike Waltz. "Na hora pensei: ‘Olha, a Casa Branca quer se comunicar comigo’. Soava surreal", disse Goldberg.

Dois dias depois, o jornalista experimentou uma conversa que parecia saída de um filme. "Achei que tudo isso era um trote, uma operação de desinformação. Era tão inusitado que mal conseguia acreditar que era real", confessou. Ele só se convenceu da seriedade da situação quando o ataque ocorreu, confirmando suas suspeitas. "Assim que soube que era verdadeiro, disse: ‘Vamos publicar isso’", destacou.

Após a publicação, o governo criticou Goldberg pelo furo jornalístico e negou que as informações divulgadas fossem realmente sigilosas. Antes dessa situação, a The Atlantic havia optado por não divulgar informações relacionadas à ofensiva militar, visando proteger os soldados americanos.

Goldberg disse que, no dia seguinte, procurou imediatamente a CIA e o Pentágono. "Avisei que publicaria as informações, pois eles insistiam que não havia nada de confidencial ali. Acredito que os cidadãos americanos merecem saber a verdade e tirar suas próprias conclusões", contou.

A The Atlantic, então, disponibilizou prints das conversas, que continham detalhes do ataque, como horários e tipos de armamentos a serem utilizados. "Não me importo com consequências. Compreendo que isso pode gerar ameaças, mas me sinto em paz comigo mesmo. A transparência é crucial em questões de segurança nacional", finalizou Goldberg.

Este caso levanta preocupações sobre a segurança das comunicações dentro do governo e a potencial exposição de informações sensíveis na era digital. A situação é um lembrete poderoso da necessidade de proteger informações críticas e a responsabilidade que os jornalistas têm ao lidar com dados confidenciais. Há quem sugira que essa situação poderia abrir debates sobre a relação entre o governo e a mídia, especialmente em tempos onde a desinformação é um tema recorrente.