Desde que o ranking internacional de tênis foi criado em 1973, apenas 27 tenistas brasileiros conseguiram um lugar entre os cem melhores do mundo na categoria masculina de simples. Até agora, o recorde de juventude era de Cássio Motta, seguido pelo ícone Guga Kuerten. Agora, João Fonseca, com apenas 18 anos, 5 meses e 6 dias, superou ambos. Cássio foi para o top 100 aos 19 anos, 5 meses e 8 dias, enquanto Guga tinha 19 anos, 11 meses e 16 dias quando alcançou essa marca. Outros nomes como Thomaz Bellucci e Jaime Oncins também estão na lista, mas João se destaca como um verdadeiro prodígio.

Até o fim do Australian Open, que atualizará o ranking, João só pode ser ultrapassado por mais um tenista. No menor dos cenários, ele terminará a semana na 100ª posição. Um concorrente imediato nessa disputa é o sérvio Laslo Djere, que, ao chegar às quartas de final do Challenger 125 de Quimper, pode alcançar João, mas precisaria conquistar o título da competição.

Nos últimos meses, João brilhou em quadra, conquistando dois títulos significativos: o Next Gen Finals e o Challenger de Camberra. Isso lhe proporcionou 600 pontos, somando 80 do Australian Open. Recentemente, ele também fez história ao se tornar o mais jovem na Era Aberta a entrar em um Grand Slam, após impressionantes vitórias, inclusive sobre o russo Andrey Rublev, número 9 do mundo. Embora tenha sido eliminado na segunda rodada pelo italiano Lorenzo Sonego, sua trajetória já o havia projetado na 98ª posição provisória do ranking.

O Brasil pode estar à beira de um feito novo e emocionante: se não ocorrerem mudanças drásticas, poderemos ter três representantes entre os 100 primeiros do mundo, algo que não acontecia desde 2017. Naquela época, Thomaz Bellucci estava em 55º, Rogério Dutra Silva em 69º e Thiago Monteiro encerrava a lista em 100º.

Se Laslo Djere não levar o título do Challenger 125, a possibilidade de atingir essa marca é real, dado que João pode assumir a 99ª posição. Além disso, Thiago Monteiro também está na disputa, tendo chances de alcançar a 100ª colocação. A comunidade do tênis brasileiro está em polvorosa, ansiosa por mais conquistas e um novo capítulo na história do esporte no país. Quem diria que esses jovens atletas poderiam juntos ilustrar um futuro brilhante para o Brasil nas quadras internacionais?