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Israel propõe exílio do líder do Hamas em acordo com Biden

2024-09-20

Em um esforço para pôr fim ao conflito em Gaza, a administração de Benjamin Netanyahu está apresentando uma proposta intrigante ao governo Biden. Gal Hirsch, conselheiro sênior de Netanyahu e coordenador para reféns e desaparecidos, sugeriu uma troca que poderia alterar o rumo da negociação: a libertação de todos os reféns em uma ação única, em troca da liberação de prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Uma das principais condições do plano inclui garantir a passagem segura de Yahya Sinwar, líder do Hamas, para um exílio fora de Gaza. Contudo, a resposta do Hamas sobre essa proposta é aguardada, e tanto oficiais americanos quanto israelenses expressam ceticismo quanto à viabilidade do acordo.

Uma abordagem que visa o cessar-fogo e a liberação de reféns é uma tentativa de endereçar um dos conflitos mais intrincados do Oriente Médio. Especialistas acreditam que a troca de prisioneiros e a libertação de reféns podem pavimentar o caminho para uma estabilidade transiente na região. No entanto, a presença contínua das tropas israelenses em Gaza após um cessar-fogo é um ponto de discórdia que dificulta as discussões.

O especialista em mediações, Gershon Baskin, afirmou à CNN que é improvável que Sinwar aceite um exílio voluntário. "Gaza é o mar de Sinwar e ele é um peixe. Um peixe não sai do mar por vontade própria", declarou Baskin, destacando a complexidade da situação.

Os obstáculos que impedem o avanço das negociações são significativos, com a desconfiança mútua entre os lados sendo um dos mais proeminentes. O Hostages Families Forum, que inicialmente acolheu positivamente a proposta, mais tarde a qualificou como uma "manipulação cínica e barata". As famílias dos reféns estão preocupadas que escaladas de tensão com o Hezbollah no Líbano possam complicar ainda mais o cenário.

Os conselheiros de segurança nacional nos EUA estão hesitantes em apresentar novas propostas de cessar-fogo ao presidente Joe Biden, sinalizando que as discussões buscam alternativas, mas apresentam desafios significativos. Na semana passada, durante um encontro entre Gal Hirsch e Roger Carstens, enviado especial dos EUA para assuntos de reféns, ambos discutiram abordagens para facilitar a libertação dos reféns. Entretanto, a falta de progresso nas negociações sugere que um novo plano deve ser revisto antes de ser apresentado à Casa Branca.

Estima-se que Sinwar rejeite a ideia de exílio temendo por sua vida, uma preocupação que complica ainda mais o delicado equilíbrio entre as partes. Com a situação crítica, a possibilidade de um acordo continua incerta, enquanto o mundo observa atentamente os desdobramentos.