Israel Intensifica Operações Militares na Fronteira com o Líbano em Nova Fase Contra o Hezbollah
2024-09-18
Autor: Carolina
Na última quarta-feira (18), o governo de Israel anunciou o deslocamento de tropas para o norte do país, na fronteira com o Líbano. Essa ação marca o início de uma "nova fase da guerra", com foco em confrontar o grupo extremista Hezbollah, que tem se mostrado cada vez mais ativo na região.
A tensão na fronteira aumentou após uma série de explosões envolvendo equipamentos eletrônicos utilizados pelo Hezbollah, entre terça (17) e quarta-feira (18). Mais de 20 pessoas perderam a vida e milhares ficaram feridas, enquanto o grupo extremista, com base no Líbano, culpou Israel pelo ataque.
Embora Israel não tenha assumido a responsabilidade pelas explosões, o governo informou aos Estados Unidos sobre o andamento das operações. A escalada no conflito é evidenciada por bombardeios realizados pelo Hezbollah no norte de Israel desde outubro de 2023, em apoio ao Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
Nos últimos dias, líderes israelenses alertaram sobre um aumento das operações contra o Hezbollah, visando estruturas e equipamentos usados pelo grupo. De acordo com o jornal "The New York Times", Israel teria realizado uma operação de interceptação, colocando explosivos em pagers que foram entregues ao Hezbollah, resultando em explosões coordenadas que visavam desestabilizar as comunicações do grupo.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que está se iniciando uma "nova fase na guerra", destacando a necessidade de restabelecer a segurança no norte de Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que os civis da região do norte, que tiveram que deixar suas casas devido aos ataques do Hezbollah, retornarão ao lar assim que as condições permitirem.
Especialistas em relações internacionais, como Uriã Fancelli, alertam que Israel pode estar se preparando para uma resposta ainda mais agressiva, apesar da falta de apoio dos Estados Unidos. Recentemente, Amos Hochstein, enviado americano a Israel, fez um apelo para evitar uma escalada maior no sul do Líbano, enfatizando que ações militares poderiam comprometer as tentativas de um cessar-fogo.
Além disso, a situação na Faixa de Gaza continua a ser uma importante preocupação. Fancelli acredita que Israel não abandonará a guerra em Gaza e pode abrir uma nova frente ao enfrentar a ameaça do Hezbollah, especialmente com o Hamas em uma posição debilitada. A experiência de Israel na Guerra do Yom Kipur, em 1973, mostra que a estratégia de priorizar ameaças pode ser o caminho a seguir.
Em meio a este cenário, o Líbano solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, programada para sexta-feira (20), levantando preocupações acerca da escalada do conflito e da proteção dos civis em ambas as partes da fronteira.