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Israel Intensifica Ações de Espionagem em Resposta à Ameaça do Hezbollah

2024-09-29

Após os devastadores ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, as autoridades israelenses colocaram suas agências de inteligência em alta alerta, especialmente em relação ao Hezbollah, um de seus inimigos de longa data. O principal foco da inteligência era localizar e eliminar Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, que esperava em seu bunker em Beirute.

Durante as semanas seguintes, Israel conseguiu penetrar nas defesas do Hezbollah, resultando em uma série de ataques que desmantelaram as lideranças do grupo, deixando-o em um estado significativamente fragilizado. Esse feito é atribuído ao investimento considerável de Israel em suas capacidades de inteligência desde a guerra de 2006, que não resultou em uma vitória decisiva contra o Hezbollah.

A experiência amarga daquela guerra levou a mudanças drásticas nas operações de inteligência, com ênfase em aprimorar a coleta de dados sobre a estrutura do Hezbollah e sua estratégia de combate. O Mossad e as forças de inteligência militar de Israel se uniram para desenvolver novas tecnologias, como ferramentas cibernéticas avançadas que melhoraram a interceptação de comunicações do Hezbollah.

Além disso, Israel intensificou os voos de reconhecimento sobre o Líbano, utilizando drones e satélites de alta resolução para monitorar as fortificações do Hezbollah. O Exército Israelense atacou diversos alvos identificados com base nas informações coletadas, resultando em ataques aéreos significativos em várias ocasiões.

A colaboração com a Agência de Segurança Nacional dos EUA também se intensificou, expandindo o espectro de informações disponíveis sobre inimigos como o Irã e o Hezbollah. As operações clandestinas, que incluíram infiltrações no território libanês, demonstraram a audácia de Israel, que se diferencia de outras agências de inteligência por sua disposição a correr riscos.

Israel tem uma compreensão clara de que sua luta contra o Hezbollah será de longo prazo, assim como destacou Chip Usher, ex-analista da CIA. A determinação de Israel em investir em capacidades de inteligência foi recompensada em várias situações, como em 2008, quando um agente crucial do Hezbollah, Imad Mugniyah, foi assassinado em uma operação colaborativa com a CIA.

Em janeiro de 2020, a espionagem israelense levou à eliminação do general Qassim Suleimani, comandante da Força Quds do Irã, após monitorarem suas atividades em Damasco. Recentemente, em julho, um ataque aéreo israelense resultou na morte de Fuad Shukr, um comandante de alto escalão do Hezbollah, que era um dos mais procurados pelos EUA por sua participação em atentados anteriores.

Israel também garantiu um sucesso alarmante ao penetrar nas comunicações do Hezbollah, levando seus membros a abandonarem serviços de telefonia convencionais e optarem por pagers e rádios. Em resposta, o Mossad elaborou um plano audacioso onde esses dispositivos foram transformados em armadilhas explosivas, resultando em uma série de explosões que causaram pânico e perda de vidas civis no Líbano.

A situação se agravou recentemente, com Israel direcionando seu foco a Ibrahim Aqeel, um dos principais líderes militares do Hezbollah, que foi assassinado em um ataque a um prédio de apartamentos em Beirute. Zohar Palti, ex-oficial do Mossad, destacou que Aqeel estava diretamente envolvido em ações que custaram inúmeras vidas israelenses e americanas.

Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, não hesitou em autorizar um ataque contra Nasrallah. Enquanto estava em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, a pressão sobre o líder do Hezbollah aumentou imensamente.

Embora a resposta de Israel tenha resultado em uma série de vitórias táticas, o clima geopolítico na região continua tenso, e a incompleta erradicação das ameaças do Hezbollah e do Irã permanece um desafio significativo para a segurança de Israel. O futuro promete uma guerra velada que se intensificará, com ambos os lados se preparando para o que pode ser uma luta prolongada e amarga.