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Israel amplia controle sobre Gaza e assume o domínio de mais de 50% do território

2025-04-07

Autor: Carolina

O exército israelense aumentou significativamente seu controle sobre a Faixa de Gaza, agora dominando mais de metade da região, especialmente nas áreas adjacentes à fronteira com Israel. Relatos indicam que inúmeras casas e plantações foram devastadas, tornando a habitação nessas áreas quase impossível, conforme documentado por soldados israelenses e organizações de direitos humanos.

Embora Israel declare que esse controle seja uma medida temporária destinada a forçar o Hamas a libertar os reféns capturados durante os ataques de 7 de outubro de 2023, especialistas em direitos humanos expressam preocupações de que essas ações visem um controle permanente sobre o território palestino. Com o aumento das tensões após a guerra, a situação humanitária em Gaza se degrada rapidamente, levando a um alerta internacional sobre possíveis violações de direitos.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu destacou que mesmo após uma eventual derrota do Hamas, Israel planeja manter a segurança em Gaza e facilitar a saída dos palestinos, o que levanta questões sobre o futuro da população local. Esse processo de evacuação é visto por muitos como parte de uma estratégia para consolidar o poder israelense na região.

Desde o início da guerra, a destruição tem sido incessante, com soldados relatando ordens para arrasar cidades, fazendas e até mesmo árvores centenárias. Um relatório da organização de veteranos "Breaking the Silence" confirmou esses testemunhos, alegando que a devastação intencional está preparando o cenário para o controle duradouro de Israel sobre Gaza.

O chamado Corredor Netzarim, juntamente com a zona tampão, representa pelo menos 50% do território de Gaza, segundo o professor Yaakov Garb, especialista em usos da terra entre israelenses e palestinos. Além disso, Netanyahu anunciou planos para estabelecer um novo corredor que isolaria ainda mais a cidade de Rafah, no sul da faixa.

Imagens de satélite revelam uma transformação alarmante: bairros densamente povoados agora estão reduzidos a escombros, enquanto novas bases militares israelenses surgem em várias partes da região. Os relatos dos soldados indicam que a destruição dentro da zona tampão é mais metódica do que em outras áreas de Gaza, o que implica uma estratégia de controle mais amplificada.

Testemunhos de soldados também acidentes indicam que qualquer palestino que se aproximasse da zona era considerado um alvo, sem distinção por idade ou gênero. Um soldado expressou sua angústia, dizendo: "Viemos para matar, mas percebi que estávamos destruindo tudo: homens, mulheres, crianças, até animais e lares".

Enquanto o exército israelense afirma que suas operações são regidas por inteligência e que se esforçam para prevenir danos a civis, persistem as interrogações sobre as consequências a longo prazo do controle das áreas devastadas. Netanyahu insistiu que a guerra só cessará quando o Hamas for desmantelado e seus líderes forem removidos, abrindo caminho para o que ele descreveu como 'emigração voluntária' dos palestinos.

Grupos de direitos humanos alertam que esses movimentos caricaturam crimes de guerra e, especificamente na zona tampão, podem ser interpretados como uma forma de "purificação étnica", uma vez que os palestinos não teriam possibilidade de retornar às suas terras.