Você já imaginou que uma inteligência artificial pode perceber o aroma de um uísque melhor do que um especialista humano? Um estudo recente publicado na revista Communications Chemistry aponta que sim!

Os odores ao nosso redor são complexos e compostos por diversas moléculas, e isso torna difícil a avaliação aromática de bebidas como o uísque, que pode ter mais de 40 compostos responsáveis por seu aroma característico. Contudo, pesquisadores do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, usaram duas poderosas ferramentas de aprendizado de máquina para desvendar essa complexidade.

O primeiro algoritmo, chamado OWSum, funcionou como uma ferramenta estatística para captar as nuances dos aromas moleculares. O segundo, a rede neural convolucional CNN, foi encarregado de identificar relações em conjuntos de dados complicados, revelando ligações entre as moléculas e as características olfativas do uísque. Andreas Grasskamp, líder do estudo, explicou que os algoritmos foram treinados com amostras de uísques renomados, como Talisker e Glenmorangie, junto com descritores de sabor fornecidos por um painel de especialistas.

O resultado? O algoritmo OWSum conseguiu identificar uísques americanos e escoceses com uma impressionante precisão superior a 90%. Compostos específicos, como o mentol e o citronelol, foram identificados como marcadores de uísques americanos, enquanto decanoato de metila e ácido heptanoico eram associados aos escoceses, com características únicas como notas caramelizadas para os americanos e toques defumados para os escoceses.

Além de identificar as origens, os dois algoritmos também foram capazes de prever as cinco notas dominantes de um uísque de maneira mais precisa do que qualquer especialista humano. Essa capacidade abre portas para a detecção de falsificações no mercado de bebidas, além de economizar custos na avaliação sensorial tradicional.

E não é só o uísque que pode se beneficiar dessa tecnologia. Os pesquisadores afirmaram que essas mesmas metodologias poderiam ser aplicadas à análise de vinhos, bastando para isso uma lista de compostos detectados e suas descrições.

Prepare-se, pois o futuro da degustação de bebidas pode estar prestes a se transformar radicalmente com a ajuda da inteligência artificial!