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'Insulto à vida': ChatGPT desativa função que replicava estilo do Estúdio Ghibli

2025-03-28

Autor: Pedro

Nos últimos dias, a OpenAI, criadora do famoso sistema de inteligência artificial ChatGPT, enfrentou uma polêmica imensa. Na terça-feira (25), a empresa lançou um novo mecanismo para gerar imagens, que é significativamente mais avançado do que sua versão anterior. Os usuários, entusiasmados com a atualização, promoveram um movimento virtual para recriar fotos e memes no estilo do renomado Estúdio Ghibli.

Reconhecido como um dos estúdios de animação mais importantes do Japão, o Estúdio Ghibli é famoso por suas obras-primas como 'A Viagem de Chihiro', 'Meu Amigo Totoro' e a mais recente 'O Menino e a Garça'. No entanto, a situação desencadeada pela OpenAI se tornou um grande problema quando se revelou que a empresa não havia obtido permissão do Estúdio Ghibli para replicar seu característico estilo visual, levando à reação imediata de fãs e defensores da propriedade intelectual.

A crítica de Hayao Miyazaki, cofundador do Estúdio Ghibli, ecoou entre os críticos. Em um vídeo antigo, ele expressou seu descontentamento com o uso de tecnologias que, segundo ele, não conseguem capturar a essência das emoções humanas, descrevendo essa prática como “um insulto à própria vida”. Essa declaração tornou-se um forte argumento contra a utilização indiscriminada das obras criativas.

Em resposta à crescente indignação, a OpenAI rapidamente impôs restrições ao ChatGPT, desabilitando a função que permitia recriações inspiradas no Estúdio Ghibli. Apesar do problema atual envolvem a desenvolvedora de IA, especialistas alertam que o mesmo poderia acontecer com outros criadores icônicos no futuro, como Pixar, Disney e até mesmo com o brasileiro Mauricio de Sousa, caso não haja um controle do uso de suas propriedades criativas.

Esse episódio levanta uma discussão crucial sobre a ética e o uso justo de conteúdos na era da inteligência artificial. As empresas de IA frequentemente utilizam conteúdos disponíveis na internet (textos, imagens, vídeos) sem solicitar autorização, criando ferramentas poderosas que atraem a audiência. Entretanto, isso gera um impacto negativo e injusto sobre os criadores originais, que não são reconhecidos ou recompensados pelo seu trabalho.

Com a crescente popularidade das tecnologias de IA, é fundamental que o debate sobre os direitos autorais e o reconhecimento da propriedade intelectual se intensifique nas esferas legislativas ao redor do mundo, incluindo o Brasil. À medida que as tecnologias evoluem, a proteção dos criadores e a valorização do trabalho artístico devem ser prioridades para garantir que a inovação não venha à custa da criatividade e dos direitos dos artistas.