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Inflação na Argentina fecha 2024 em 117,8%; impacto das políticas de Milei e futuro incerto

2025-01-14

Autor: Maria

A inflação da Argentina encerrou 2024 em alarmantes 117,8%. Esse resultado representa uma queda significativa de 93,6 pontos percentuais em relação a 2023, quando o índice fechou em chocantes 211,4%. A nova taxa superou ligeiramente as previsões de especialistas, que esperavam um fechamento em 116,3%, conforme indicado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) em 14 de janeiro de 2025. A inflação mensal de dezembro atingiu 2,7%, um aumento em comparação a 2,4% em novembro.

Os setores que mais sofreram com a alta mensal foram moradia, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (5,3%), comunicação (5,0%) e restaurantes e hotéis (4,6%). Em contrapartida, itens como equipamentos domésticos (0,9%), roupas e calçados (1,6%) e saúde (2,1%) apresentaram as menores oscilações.

Juros em queda e reformas polêmicas

Em meio a uma luta pela estabilização econômica, o Banco Central da Argentina anunciou a redução da taxa de juros de 35% para 32% no dia 5 de dezembro. Segundo autoridades, essa mudança foi impulsionada pela consolidada expectativa de diminuição da inflação.

Governo Milei: reformas e austeridade

Desde que Javier Milei assumiu a presidência em dezembro de 2023, seu governo tem como prioridade o combate à inflação e o fomento da economia. Desde sua posse, a inflação mensal tem desacelerado, mas antes disso, em novembro de 2023, o índice alcançava 12,8%.

As medidas drásticas do governo, incluindo cortes severos nos gastos públicos e a redução do número de ministérios de 18 para apenas 9, foram fundamentais para essa redução inflacionária. Além disso, obras públicas foram interrompidas e os repasses para setores como saúde e educação foram drasticamente diminuídos.

Entretanto, essa política de austeridade gerou preocupações sobre a saúde econômica do país, evidenciada pela contração do PIB argentino, que sofreu quedas acentuadas nos primeiros dois trimestres de 2024, em comparação aos três meses anteriores.

Os especialistas alertam que, apesar da queda na inflação, a estratégia de Milei pode levar a um desequilíbrio econômico a longo prazo. O futuro econômico da Argentina permanece incerto, com a população e economistas monitorando de perto os efeitos de suas políticas.