Em uma descoberta histórica que está agitando a comunidade matemática, Luke Durant, ex-funcionário da Nvidia, anunciou ter encontrado o maior número primo já registrado. Após um ano intenso de tentativas, descoberta que foi revelada pela organização Great Internet Mersenne Prime Search (GIMPS), Durant olhou para o seu computador durante uma viagem e fez essa descoberta impressionante.

O número obtido, denominado M136279841, apresenta a impressionante quantidade de 41.024.320 dígitos. Para se ter uma ideia da magnitude desse número, se fosse lido em voz alta, levaria incríveis 475 dias para ser concluído! Esse feito representou um investimento pessoal de cerca de US$ 2 milhões por parte de Durant, que se dedicou integralmente ao projeto durante exatamente um ano.

Luke Durant fez parte da Nvidia a partir de 2011, em um período marcado pelo crescimento explosivo da empresa, que viria a superá-la em lucratividade em junho de 2024, batendo Microsoft e se tornando a mais valiosa do mundo, com uma capitalização de mercado de US$ 3,3 trilhões. Ele deixou a empresa em 2021, mas continuou sua jornada como programador e entusiasta da matemática.

A Nvidia é conhecida por suas unidades de processamento gráfico (GPUs), essenciais para a inteligência artificial, incluindo chatbots e geradores de imagens que dominam a internet atualmente. Durant, após se aposentar precocemente aos 36 anos, utilizou apenas armazenamento em nuvem disponível publicamente para encontrar esse número primo, com um propósito maior: mostrar que indivíduos não são impotentes diante das grandes corporações tecnológicas, e que, trabalhando juntos, é possível resolver problemas desafiadores.

“Os indivíduos têm capacidades inimagináveis hoje, muito mais do que em qualquer outro momento da história”, disse ele ao Washington Post. A descoberta, embora impressionante, não possui aplicações práticas diretas, de acordo com George Woltman, cofundador do GIMPS. “É um entretenimento para os entusiastas da matemática”, acrescentou.

A GIMPS, sob a liderança de Woltman, tem se dedicado a encontrar números primos de Mersenne, um tipo específico de número primo que foi estudado pelo monge francês Marin Mersenne no século XVII. O grupo conta com a ajuda de entre 3.000 e 5.000 voluntários que utilizam um software especial que aproveita o poder computacional não utilizado em seus computadores para auxiliar na pesquisa desses números em segundo plano.

Curiosamente, numa era onde os números primos são inegavelmente fascinantes, há recompensas em jogo! Organizações como a Electronic Frontier Foundation (EFF) estão oferecendo prêmios de até US$ 250 mil para quem encontrar números primos gigantes, incluindo um prêmio especial para o primeiro que conseguir achar um número primo com um bilhão de dígitos.

Durant, ao compartilhar seu prêmio de US$ 3.000 da GIMPS com a Alabama School of Math and Science, escola que frequentou, ressalta a falta de reconhecimento para especialistas científicos e técnicos na região sul dos EUA, evidenciando seu desejo de inspirar novas gerações.

O que muitos não sabem é que, apesar dos avanços das GPUs, um computador típico precisaria de uma ou duas semanas para verificar se um número é primo em comparação ao tempo reduzido de um ou dois dias que as GPUs conseguem. Esta diferença é crucial para entender a importância desta descoberta e a escolha da tecnologia utilizada por Durant.

Em sua jornada de descoberta, Durant deixa claro que a inteligência artificial não será capaz de encontrar o próximo grande número primo, ressaltando a singularidade da capacidade humana associada à tecnologia. "E, claro, eu posso acabar tendo que engolir essas palavras um dia", comentou, refletindo sobre os avanços constantes na tecnologia.