Ciência

Incrível e audacioso: o engenheiro alemão que quebrou recordes vivendo 4 meses sob o mar

2025-01-29

Autor: Carolina

Imagine acordar todas as manhãs cercado por peixes e crustáceos, a 11 metros de profundidade, com uma vista deslumbrante do mundo marinho. Isso se tornou a realidade do engenheiro alemão Rudiger Koch, que passou impressionantes 120 dias vivendo sob as águas do Caribe, próximo a Puerto Lindo, no Panamá. Ele não apenas quebrou o recorde anterior de 100 dias, estabelecido pelo americano Joseph Dituri em 2023, mas também teve como objetivo provar que viver no oceano pode ser uma alternativa viável para a humanidade.

Koch, que possui 59 anos e é um engenheiro aeroespacial, projetou seu próprio módulo submerso com uma área de 30 metros quadrados, que contava com todas as comodidades necessárias, como internet via satélite, computador e até uma bicicleta ergométrica. Embora tenha essa infraestrutura, enfrentou desafios significativos, como a falta de um chuveiro e a necessidade constante de monitorar sua saúde e a qualidade do ar. Para garantir sua segurança, ele utilizou diversos sensores que mediam a temperatura, a umidade e os níveis de CO2, além de um relógio que registrava seus sinais vitais.

Durante sua estadia subaquática, Koch passava horas observando a vida marinha através das seis janelas de sua cápsula. Ele descreveu a experiência como um espetáculo contínuo de movimentos e sons, desde o estalar dos crustáceos até a movimentação dos peixes em cardumes. Esse contato com a natureza não apenas enriqueceu sua experiência pessoal, mas também contribuiu para a formação de um recife artificial, já que o habitat submerso virou um novo lar para diversas espécies marinhas.

A rotina de Koch era monitorada por uma equipe de apoio que trabalhava em uma câmara acima da superfície, fornecendo alimentação e controle das condições externas. Ele estava envolvido em uma corrente de pensamento conhecida como "seasteading", um movimento que busca desenvolver comunidades sustentáveis no oceano. Para esses defensores, sua experiência vai além de um simples recorde; ela é um passo em direção à criação de comunidades habitáveis no mar.

"Estou funcionando como um 'controle' em torno do que Dituri experimentou. A diferença é que estou vivendo em pressão de água ambiente, podendo entrar e sair do módulo sem equipamentos de mergulho", esclareceu Koch sobre suas experiências.

Mesmo enfrentando o desafio do espaço reduzido e da umidade, o engenheiro se esforçou para tornar sua vida subaquática o mais normal possível. Embora tenha sentido a solidão, a interação visual com visitantes e a constante comunicação com sua equipe proporcionaram um suporte emocional.

Ao sair de sua cápsula em 24 de janeiro, a primeira ação de Koch foi celebrar sua vitória com um charuto, simbolizando não apenas o recorde quebrado, mas também a viabilidade de uma nova forma de vida que pode um dia se tornar comum para a humanidade. Com isso, sua audaciosa experiência não apenas inspirou outros, mas também abriu portas para novas pesquisas sobre a colonização dos oceanos e o futuro da vida marítima.