Um incêndio de grandes proporções atingiu barracas instaladas sob o viaduto Condessa de São Joaquim, na Liberdade, região central de São Paulo, nesta quinta-feira (19), causando um verdadeiro desespero na região.

As chamas, que começaram por volta das 15h, foram controladas pelo Corpo de Bombeiros às 16h15, e o melhor de tudo: ninguém ficou ferido! No entanto, o local, que era abrigo de muitos sem-teto, se tornava um verdadeiro ponto de referência para o uso de drogas, o que agrava ainda mais a situação.

Um cachorro que ficou preso devido ao incêndio foi resgatado com vida, trazendo um pouco de esperança em meio ao caos. Segundo a Defesa Civil, as chamas podem ter sido provocadas por um amontoado de lixo, possivelmente incendiado por moradores de rua. Entretanto, alguns que viviam no local alegaram que se tratou de um acidente.

As obras de reforma no viaduto estão em andamento e a Defesa Civil investiga possíveis danos estruturais. Devido à presença de uma rede de gás que passa pelo viaduto, a Comgás foi acionada para verificar a situação, uma medida que gerou mais preocupação na comunidade.

O incêndio provocou o bloqueio de duas pistas da Avenida 23 de Maio no sentido bairro, além da interdição do viaduto e parcial da rua São Joaquim. Para piorar a situação, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 83 km de congestionamento no centro expandido de São Paulo devido ao incidente.

A pista esquerda da 23 de Maio foi liberada novamente por volta das 15h30, enquanto as outras pistas só foram desobstruídas cerca de uma hora e meia depois, provocando filas intermináveis de ônibus, carros e motos. Muitos passageiros decidiram descer dos coletivos em direção à estação de metrô mais próxima, São Joaquim, da linha 1-azul, em um verdadeiro épico de desespero e narrativa urbana.

No sentido centro, agentes de trânsito estavam em ação para controlar a passagem dos veículos, mas isso apenas contribuiu para o congestionamento que já se formava.

Para agravar ainda mais a situação, moradores da área reclamaram da fumaça tóxica que invadiu as residências. A Defesa Civil confirmou que a fumaça era resultado da queima de cobertores, entulho e madeira, materiais que estavam entre os escombros. Essa cena trágica lança mais luz sobre a questão da falta de abrigo e segurança para os mais vulneráveis em São Paulo, levantando um debate urgente sobre a necessidade de soluções eficazes e imediatas para a população em situação de rua.