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Ibovespa fecha setembro em baixa; Vale, Petrobras e bancos enfrentam recuo significativo

2024-09-30

O Ibovespa começou a semana com um recuo de 0,69%, fechando aos 131.816,44 pontos, o que representa uma queda de 913,92 pontos em relação à mínima do dia. O mês de setembro terminou com uma baixa acumulada de 3,08%, marcando seu primeiro mês negativo desde maio, enquanto o terceiro trimestre do ano finalizou com um crescimento de 6,38%, representando o primeiro trimestre positivo do ano.

No mercado cambial, o dólar comercial encerrou o último dia de setembro em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,44, com uma queda total de 3,32% ao longo do mês. Os juros futuros (DIs) também mostraram uma tendência de alta em toda a curva.

Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais, destaca a incerteza fiscal do país e outros fatores que são motivo de preocupação. Ela comenta: “O mercado de trabalho está aquecido e a bandeira tarifária de energia aumentou significativamente devido às queimadas. A economia brasileira parece super aquecida, contrastando com a realidade de outros países, e há expectativa de um novo aumento na taxa Selic na próxima reunião do Copom.”

O Boletim Focus trouxe novas projeções, mantendo as expectativas de inflação e crescimento econômico inalteradas, mas com novas altas nas estimativas para a Selic. O registro de um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto no setor público consolidado foi uma boa notícia, já que o saldo negativo foi menor do que os R$ 22,8 bilhões do mesmo período do ano passado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, novamente indicou que se a reoneração da folha de pagamento fosse implementada integralmente, os problemas fiscais da nação estariam "mais bem equacionados". Ele defendeu o arcabouço fiscal, afirmando: “É fundamental reequilibrar as contas públicas e continuar o crescimento com inflação baixa. Se mudarmos essa abordagem, corremos o risco de repetir os erros de 2015 a 2022, quando a economia não cresceu e os gastos públicos dispararam.”

Na esfera internacional, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, previu mais dois cortes nas taxas de juros, totalizando 50 pontos-base, caso a economia siga o desempenho esperado. Ele afirmou que a desinflação está em curso e que os dados mais recentes mostram progresso em direção a uma inflação sustentada de 2%.

No fechamento do Ibovespa, destacou-se o desempenho negativo de grandes empresas: Vale (VALE3) caiu 0,70%, enquanto Petrobras (PETR4) fechou com perda de 0,28%. Os bancos também enfrentaram um dia difícil, com o Bradesco (BBDC4) caindo 1,61% e o Itaú Unibanco (ITUB4) registrando uma queda de 1,77%.

Notícias relevantes no mercado incluem a Hapvida (HAPV3) que foi a mais negociada do dia, mantendo-se estável, e Azul (AZUL4), que continuou sua trajetória de recuperação, com alta de 4,87%. Por outro lado, a Assaí (ASAI3) despontou como a má notícia do dia, despencando 8,00% após a Receita Federal determinar o arrolamento de ativos da empresa, somando R$ 1,265 bilhão, em razão de pendências tributárias.

Com o fechamento de setembro, o cenário fiscal ainda gera incertezas, e as movimentações econômicas nos próximos meses serão cruciais para o desenvolvimento do ano. Economistas continuam a observar de perto as flutuações do mercado enquanto o Brasil se prepara para enfrentar novos desafios. O próximo mês promete agitações e expectativas. Que venha outubro!