O Ibovespa surpreendeu ao registrar uma alta discreta de 0,04%, fechando o dia em 136.563,18 pontos, mesmo enquanto os mercados internacionais celebravam eufóricos. O dólar comercial teve um aumento de 0,43%, cotado a R$ 5,679, e os juros futuros (DIs) mostraram alta em toda a curva.

Acordo EUA-China Agita Mercados

Nos Estados Unidos, os índices principais dispararam após o anúncio de um acordo tarifário entre as duas maiores economias do mundo, que foi mais rápido do que o esperado. De acordo com o novo acordo, as tarifas recíprocas sobre importações serão reduzidas drasticamente por 90 dias, caindo de 34% para 10% na China e de 145% para 30% nos produtos norte-americanos.

Roberto Dumas, especialista em economia chinesa, afirmou que este é um sinal claro de recuo por parte de Trump e que agora "as conversas sobre uma nova política tarifária podem realmente começar".

Expectativas de futuros muito otimistas

Ainda existem incertezas: Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, já adiantou que não se espera uma nova redução nas tarifas após esta suspensão, mas a expectativa é de uma melhor colaboração entre os dois países.

"A rapidez do acordo foi realmente surpreendente. Isso mostra que ambos os lados perceberam que a guerra tarifária não beneficia ninguém", ponderou Raphael Figueredo, estrategista da XP.

Impacto nas Ações Brasileiras

No Brasil, o impacto do acordo foi palpável, especialmente nas ações de grandes empresas. Vale viu suas ações subirem 2,51%, enquanto Petrobras disparou 2,39%, ambos beneficiados pela alta no preço das commodities no exterior. Os investidores globais estão otimistas com o desempenho das empresas após a divulgação de bons resultados esperados para o 1T25.

Sinais de crescimento no Brasil

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, declarou que o Brasil poderia alcançar um crescimento médio de 3% até o fim do governo atual, destacando a melhoria do clima econômico e a queda do dólar.

Ainda assim, os grandes bancos enfrentaram uma onda de vendas, apresentando quedas significativas, enquanto as ações dos frigoríficos mostraram volatilidade. Algumas ficaram em alta, enquanto outras, como a JBS, enfrentaram quedas.

Um olhar para o futuro

Os próximos dias prometem ser intensos no mercado, com a expectativa pela próxima ata do Copom e dados de inflação nos EUA, que poderão indicar os próximos passos do Federal Reserve na política monetária.

Com um acordo histórico em mãos, os investidores parecem otimistas que a estabilização comercial pode abrir novos caminhos para crescimento econômico tanto nos EUA quanto no Brasil.