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Ibovespa encerra o ano em baixa e promete piores resultados desde 2021

2024-12-27

Autor: Fernanda

O Ibovespa teve um fechamento negativo neste sexta-feira, 27, marcando seu penúltimo pregão do ano com um desvio significativo nas vendas, que vêm caindo nos últimos meses devido à pior percepção do cenário fiscal e expectativas de uma Selic mais alta, em meio a um ambiente global desfavorável para mercados emergentes.

Nesta sessão, o índice que representa o mercado acionário brasileiro recuou 0,67%, totalizando 120.269,31 pontos, após registrar uma mínima de 120.252,07 e uma máxima de 121.609,40 no dia. O volume financeiro foi limitado a 17,23 bilhões de reais, um número bem abaixo das médias diárias tanto do mês como do ano.

Com esse resultado, em uma semana que teve apenas três sessões devido ao Natal, o Ibovespa já acumula uma queda de 1,50% e uma perda de 4,30% no mês de dezembro, o que, caso se mantenha, representará a quarta queda mensal consecutiva. No acumulado do ano, a queda chega a 10,37%, o que, se confirmada, será a performance mais baixa em três anos.

Nesta sexta-feira, foram divulgados dados macroeconômicos relevantes, incluindo uma desaceleração maior do que o esperado no IPCA-15 de dezembro, embora a taxa em 12 meses ainda se mantenha acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central.

Além disso, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que a criação de empregos formais em novembro ficou abaixo do previsto, mas a taxa de desemprego calculada pelo IBGE registrou uma mínima histórica no trimestre até novembro.

Especialistas do mercado destacam que o Ibovespa está dentro de uma tendência de baixas, com qualquer ritmo de recuperação sendo visto como uma oportunidade para venda. A expectativa de uma Selic mais alta continua a ser um grande fator de pressão sobre as ações, impactando negativamente os resultados das empresas.

Por outro lado, as recentes sinalizações do Federal Reserve reforçaram as apostas em um ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos que pode ser menos pronunciado e mais lento do que se imaginava, o que atinge ainda mais o apetite por riscos em mercados emergentes como o Brasil.

Alguns destaques da sessão incluem:

- A BRAVA ENERGIA ON disparou 10,64%, após anunciar negociações com dois bancos para a avaliação de potenciais transações de parceria ou venda de ativos, além de obter autorização da ANP para retomar a produção no campo de Papa-Terra.

- Por outro lado, as ações da VAMOS ON caíram 7,17%, influenciadas pelo aumento na curva futura de juros, afetando também empresas de setores cíclicos. Já o Carrefour Brasil ON e a Assaí ON perderam 4,62% e 3,05%, respectivamente.

- No setor de petshops, PETZ ON teve uma leve alta de 3,75%, o que representa uma tendência positiva no ano, onde as ações acumulam alta de 11,8%.

- A VALE ON apresentou uma queda de 0,49% após os futuros do minério de ferro na China terem caído 2,63%, refletindo uma pressão externa sobre seus ativos.

- A EMBRAER ON subiu 0,16% após assinar contrato para a venda de duas aeronaves C-390 Millennium, o que pode trazer um acréscimo significativo na carteira de pedidos da empresa.

- A Petrobras PN recuou 0,31%, mesmo com o barril de Brent apresentando uma alta de 1,24% no mercado externo.

O cenário desafiador e os dados mistos refletem um panorama complicado para os investidores, à medida que o Brasil se prepara para um novo ano repleto de incertezas econômicas e fiscais.