Ibovespa despenca mais de 1%, enquanto Vale enfrenta sua 7ª queda seguida: O que isso significa para o futuro?
2025-01-08
Autor: Julia
Após uma breve fase de alta, o Ibovespa retornou à realidade do final de 2024, registrando uma queda de 1,27%, fechando aos 119.624,51 pontos. Em termos práticos, isso representa uma perda de 1.538,15 pontos para os investidores. Por outro lado, o dólar comércio terminou o dia com uma leve alta de 0,09%, cotado a R$ 6,10, sem grandes surpresas para o mercado.
O dia foi marcado pela falta de novidades, com a Bolsa brasileira operando em território negativo desde o início do pregão. Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, comentou que existe um clima de incertezas. "Estamos preocupados com a administração de Donald Trump, pois isso tem potencial para impactar bastante o mercado até o momento da posse. O discurso dele será muito protecionista. Aqui no Brasil, a situação fiscal também gera inquietação, o que limita as possibilidades de alta no nosso índice", afirmou Bresciani.
Considerando o cenário econômico, a XP Investimentos revisou para cima a expectativa da Selic, agora projetada em 15,50% ao final do ciclo de alta, que foi antecipado para 2026 devido ao quadro de incertezas. Esses números foram motivados por um recuo na produção industrial do Brasil em novembro, que, embora anual tenha avançado, sinaliza um alerta.
Cenário Externo:
As atenções no exterior estavam voltadas para novas informações sobre o mercado de trabalho dos EUA e para as comunicações de Trump referentes às tarifas de importação. O discurso do presidente dos EUA levantou preocupações entre os investidores, evidenciado pela ata da reunião do Federal Reserve que refletiu um tom mais severo em relação à nova administração e suas implicações econômicas. No fim do dia, Wall Street fechou sem grandes movimentos significativos.
Queda da Vale:
A gigante mineradora Vale (VALE3) enfrentou seu 7º pregão de queda, desta vez de 0,96%, impactada pela contínua diminuição dos preços do minério de ferro na China. A Petrobras (PETR4) também seguiu a tendência de baixa, recuando 0,81%, refletindo a queda global dos preços do petróleo.
Além disso, mesmo a Embraer (EMBR3), que frequentemente traz boas notícias, não escapou da maré negativa, registrando uma queda de 1,40%. As aéreas foram uma exceção rara, com a Azul (AZUL4) subindo levemente 0,24%.
Expectativas Futuras:
Os próximos dias serão cruciais. Amanhã, os investidores poderão acompanhar a divulgação dos dados do varejo nacional referentes ao mês de novembro, que também deve trazer um desvio preocupante entre a comparação mensal e uma expectativa de crescimento anual.
A continuidade dessa oscilação nos primeiros dias do mês de janeiro mostra que o mercado permanece em um estado de cautela. Para os analistas, 2025 deverá trazer desafios adicionais, uma vez que preocupações inflacionárias e políticas podem moldar o cenário econômico mais amplo.
Olhando para o futuro, os operadores permanecem atentos não só às movimentações da Vale e da Petrobras, mas também à nova administração dos EUA e suas implicações fiscais e comerciais, que podem influenciar a trajetória do mercado local. O que podemos esperar desse cenário incerto? Apenas uma coisa é certa: o mercado continuará a ser um reflexo direto dos acontecimentos políticos e econômicos que se desenrolam.