O Hospital Risoleta Neves, localizado na Região Norte de Belo Horizonte, está enfrentando um colapso sem precedentes em seus serviços. A situação é alarmante, com 180 pacientes internados ao mesmo tempo, muito além da capacidade máxima de 90. Já nesta quinta-feira (23), a unidade amanheceu com 136 pacientes e continua a sofrer com uma alta demanda que levou à limitação dos atendimentos.

A administração do hospital adverte que as transferências de pacientes das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) Norte, Pampulha e Venda Nova estão sendo analisadas individualmente, em um esforço para gerenciar a situação caótica. A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram mobilizados para transferir pacientes para outras instituições, aliviando temporariamente a pressão sobre o Risoleta.

O desespero dos pacientes é palpável. Um caso emblemático é o de Nelma Nanci Nascimento, uma aposentada de 70 anos que fez uma jornada longa e angustiante de Lagoa Santa, esperando socorro para seu marido de 65 anos, que necessita de uma cirurgia vascular urgente. Ao chegarem ao Risoleta, ele foi classificado com a prioridade verde, mas não havia previsão de atendimento, o que gerou uma atmosfera de apreensão e incerteza.

Em resposta a essa crise, várias cirurgias ortopédicas em Belo Horizonte foram suspensas, e funcionários do Risoleta Neves protestaram nas proximidades da Avenida Cristiano Machado, clamando por melhores condições de trabalho e atendimento. Além disso, o fechamento da pediatria na unidade é um sinal claro da deterioração dos serviços de saúde pública na região.

O hospital, administrado pela Fundação Mendes Pimentel (Fundep) da UFMG, emitiu um comunicado expressando sua preocupação com o sofrimento da população e reafirmou seu compromisso em prestar assistência segura e de qualidade, mesmo em meio a essa tempestade.

A pergunta que fica é: até quando essa situação insustentável será tolerada? Enquanto isso, os pacientes e suas famílias continuam a enfrentar longas esperas e incertezas na busca por tratamento adequado.