Hospital Risoleta Neves Enfrenta Crise Crônica: Superlotação Atinge Níveis Alarmantes
2025-01-23
Autor: Mariana
No segundo dia consecutivo de superlotação, o Hospital Risoleta Neves, localizado na Região Norte de Belo Horizonte, está passando por uma crise sem precedentes. Após anunciar a limitação do atendimento no pronto-socorro, nesta quarta-feira, o hospital estava com impressionantes 180 pacientes, apesar de ter capacidade para apenas 90. Já na manhã desta quinta-feira, o número diminuiu um pouco, mas ainda estava alarmante com 136 pacientes.
A administração do hospital declarou formalmente que a situação é crítica e a transferência de pacientes das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) nas regiões Norte, Pampulha e Venda Nova está sendo avaliada de maneira cautelosa. Esta medida é necessária para tentar controlar a situação que se agrava a cada dia.
Em comunicado, a unidade gerida pela Fundação Mendes Pimentel (Fundep), da UFMG, afirmaram que a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) têm colaborado, transportando pacientes para outras instituições de saúde, o que ajudou a aliviar um pouco a carga de trabalho do Risoleta. Contudo, os pacientes que chegam ao hospital ainda ficam sem saber quanto tempo esperar para serem atendidos.
A superlotação não só afeta o atendimento geral, como também levou à suspensão temporária de cirurgias ortopédicas em toda a cidade de Belo Horizonte, uma medida drástica que reflete a gravidade da situação atual.
Inúmeros relatos de longas esperas estão surgindo. Uma aposentada, Nelma Nanci Nascimento, de 70 anos, descreveu sua experiência ao buscar atendimento para seu marido, que precisaria de uma cirurgia vascular. O casal saiu de Lagoa Santa de madrugada e enfrentou várias dificuldades até chegar ao Risoleta, onde foi classificado com prioridade verde, sem previsão de atendimento.
Além disso, a situação é agravada pelo fechamento de serviços essenciais, como a pediatria, que evidencia a crise na saúde pública em Minas Gerais. Protestos realizados por funcionários nas imediações do hospital também destacam o descontentamento com as condições atuais de trabalho e atendimento.
Enquanto isso, o hospital reafirma seu compromisso de continuar atendendo a população de referência, mesmo diante desses desafios severos. "Lamentamos profundamente o desconforto causado, mas seguimos dedicados a garantir a assistência aos nossos pacientes com a qualidade e segurança necessárias", afirmaram os representantes da unidade em nota.
A expectativa é que a comunidade se una em busca de soluções para reverter essa situação caótica. É vital que a população clam e por melhorias, pois a saúde de todos depende de um sistema que funcione adequadamente.