A tragédia ligada à figura do ditador argentino Leopoldo Galtieri, que faleceu, aos 76 anos, vítima de câncer de pâncreas enquanto cumpria pena pelos crimes de sua ditadura, trouxe à tona um documentário impactante na plataforma Globoplay: "Malvinas, o Diário de uma Guerra". Esse documentário revela os horrores da Guerra das Malvinas e os dilemas enfrentados pelos soldados, tanto britânicos quanto argentinos, que se tornaram vítimas de uma guerra desnecessária.

Infelizmente, o autor do documentário, Ricardo Pereira, também perdeu a vida em decorrência de um câncer no pâncreas, aos 72 anos, apenas duas semanas após finalizar sua obra. Ele revisitava as Malvinas, onde quatro décadas antes, em 1982, havia estado como repórter de guerra. Durante sua busca, descobriu o diário de um soldado argentino, Adrian Sachetto, que se presumiu morto durante o conflito.

Sachetto, que sobreviveu ao combate, foi encontrado por Pereira, que já enfrentava os efeitos do câncer em 2022. O repórter sabia que estava realizando seu último projeto, e a coragem que demonstrou ao buscar essa história é admirável.

Embora Galtieri possa ter sido esquecido e relegado ao desprezo da História, Ricardo Pereira é lembrado e imortalizado como um verdadeiro testemunho de sua época. Seu trabalho não somente alçou o jornalismo a patamares elevados, mas também reforçou a importância da memória histórica e do relato dos sobreviventes. O documentário "Malvinas, o Diário de uma Guerra" não é apenas uma obra cinematográfica; é um convite à reflexão sobre os custos da guerra e a importância de não esquecermos nosso passado.