Um homem foi preso sob suspeita de ter provocado um incêndio devastador na Serra da Beleza, em Valença, e agora aguarda a decisão judicial sobre sua custódia. Ele será submetido a uma audiência que determinará se seguirá preso ou responderá ao processo em liberdade, deixando a comunidade apreensiva sobre sua liberdade.

As autoridades estão investigando o caso com rigor. O suspeito foi capturado durante uma operação conjunta da Polícia Militar, da 2ª Unidade de Polícia Ambiental e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), na tarde de terça-feira (17), no distrito de Conservatória. Equipamentos e roupas utilizados pelo suspeito durante o crime foram confiscados.

O incêndio começou no dia 11 de outubro, às 18h10, e só foi completamente controlado na manhã de segunda-feira (16). Segundo o Corpo de Bombeiros, a tragédia resultou na destruição de uma área equivalente a incríveis 2.300 campos de futebol de vegetação nativa, o que representa a situação mais crítica de queimadas em todo o estado do Rio de Janeiro.

Além da flora, um patrimônio histórico foi severamente afetado: uma casa projetada em 1930 pelo famoso arquiteto Lúcio Costa, responsável pelo planejamento de Brasília, foi quase que totalmente consumida pelas chamas. Felizmente, não houve registro de feridos, mas a perda do imóvel, que fazia parte de uma pousada, foi um golpe duro para a comunidade local. Apenas um cômodo sobreviveu ao incêndio.

A situação não é tão crítica apenas na Serra da Beleza; o Quilombo São José da Serra e o Parque Estadual da Serra da Concórdia também enfrentaram devastação. No parque, o fogo destruíram 1.088 campos de futebol de vegetação, enquanto a reserva totaliza 6 mil hectares.

Apesar da passagem das chamas, o quilombo conseguiu se salvar, com suas casas e a árvore Jequitibá, sagrada para os quilombolas, ilesas. O trabalho de recuperação e proteção ambiental é mais urgente do que nunca.

No cenário mais amplo, uma força-tarefa para discutir incêndios criminosos no Rio de Janeiro se reuniu na sede do Ibama, em uma ação que buscava unir esforços contra essa prática nociva. O Ibama-RJ relatou a possibilidade de uma coordenação para um "Dia do Fogo," uma ação orquestrada semelhante a fenômenos trágicos documentados em outras regiões do Brasil, como a Amazônia e o Pantanal.

No total, desde o dia 12 até esta última terça-feira (17), foram registrados 1.389 pontos de incêndios florestais, uma estatística alarmante que levanta a necessidade de medidas urgentes por parte das autoridades e da sociedade.