Ciência

Hidrogênio Verde: O Caminho para o Carbono Zero no Brasil?

2024-09-26

A discussão sobre o meio ambiente no Brasil finalmente ganhou destaque, após anos de negligência. Jamal Jorge Bittar, atual presidente em exercício da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Fibra, declarou durante a palestra magna no evento "Hidrogênio Verde: o combustível do futuro", no dia 26 de setembro, que a falta de ação há duas décadas contribuiu para os desafios climáticos que enfrentamos hoje, como as intensas enchentes e ondas de calor.

Ele destacou a importância da Lei do Hidrogênio, nº 14.948, sancionada em 2 de agosto de 2024, que se apresenta como uma ferramenta crucial para trazer segurança jurídica e atração de investimentos substanciais dos setores público e privado.

Além da urgência dessas ações, o Brasil estabeleceu metas audaciosas no combate às mudanças climáticas: uma redução de 37% nas emissões de carbono até 2025 e de 43% até 2030, com base nas emissões de 2015, conforme estipulado pelo Acordo de Paris. O hidrogênio verde (H2V), produzido por eletrólise da água, surge como uma solução promissora, pois não emite dióxido de carbono durante seu processo de produção. "Esse não é um tema da moda, é um tema definitivo", enfatizou Bittar, convocando todos os setores a se envolverem na luta contra as mudanças climáticas.

De acordo com o mais recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil aumentaram 1,2% entre 2021 e 2022, atingindo um preocupante recorde de 57,4 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e). Com esses dados alarmantes, a presença de discussões ambientais nas políticas públicas e privadas se torna essencial para enfrentar os efeitos devastadores do aquecimento global.

Durante o evento, Bittar foi acompanhado por figuras importantes, como o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o Diretor Executivo de Sustentabilidade da Caixa Econômica Federal, Jean Rodrigues Benevides, e o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli, todos comprometidos em discutir e promover o desenvolvimento sustentável no Brasil.

Carbono Zero e Acordo de Paris

O Acordo de Paris, firmado em 2015 durante a COP 21, reúne 195 países em um compromisso pela redução das emissões de CO2. A política de Carbono Zero se origina do Protocolo de Kyoto, de 1997, que visa a neutralização total das emissões de GEE. No Brasil, enquanto um programa nacional de Carbono Zero ainda não existe, mais de 150 empresas estão se unindo para desenvolver iniciativas que permitam compensar ou neutralizar suas emissões de carbono, implementando créditos de carbono para um futuro mais sustentável. É hora de agir—o que você está esperando para se juntar a essa mudança? O futuro do nosso planeta pode depender disso!