Hamas se diz 'pronto' para aceitar cessar-fogo em Gaza e pede apoio de Trump para pressionar Israel
2024-11-15
Autor: Gabriel
O Hamas anunciou que está disposto a aceitar um acordo de cessar-fogo definitivo na Faixa de Gaza, contanto que seja apresentada uma proposta que Israel tenha a intenção de respeitar. Bassem Naim, membro do escritório político do Hamas em Doha, pediu à administração americana e a Trump que exerça pressão sobre o governo israelense para pôr fim à agressão.
A situação no norte de Gaza é cada vez mais descrita como 'limpeza étnica', de acordo com o chefe da diplomacia da União Europeia. Enquanto isso, Trump, que tem sido um declarado apoio a Israel, prometeu eliminar quaisquer restrições ao fornecimento de armamentos a Israel logo após sua posse, favorecendo a continuidade da escalada do conflito na região.
Naim reforçou que o Hamas está aberto a qualquer proposta que promova um cessar-fogo e a retirada das forças militares de Gaza, incluindo a troca de prisioneiros e a entrada de ajuda humanitária.
Recentemente, as negociações entre as partes se encontram paralisadas. O governo do Catar suspendeu sua mediação ao considerar que as conversas têm sido infrutíferas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, afirmou que o país retomar sua intermediação quando todas as partes demonstrarem comprometimento efetivo.
A situação em Gaza é desesperadora, com os palestinos enfrentando apagões prolongados. Mais de um ano se passou desde que Israel cortou a rede elétrica da região. De acordo com dados recentes, a média de ajuda humanitária permitida por Israel caiu para níveis historicamente baixos, com apenas 37 caminhões de ajuda humanitária chegando diariamente em outubro. No entanto, antes do início do conflito em outubro, esse número chegava a 500.
A intensidade dos conflitos continua a aumentar, levando a novos bombardeios em Deir el-Balah, onde moradores escavavam os escombros de suas casas destruídas. "Acordei com os bombardeios às 2h30 da manhã; foi um susto ver os escombros e os vidros caindo sobre mim e sobre meus filhos", relatou Mohamed Baraka, um dos sobreviventes.
Além disso, a Jihad Islâmica, aliada do Hamas, divulgou um vídeo de um refém israelense, Sasha Trupanov, pedindo por sua liberdade e a de outros prisioneiros. Mais de 100 reféns foram libertados durante uma trégua temporária no mês passado, mas quase 100 ainda permanecem em cativeiro.
As ONGs denunciam ainda o saque de ajuda humanitária em Gaza, resultante do ambiente de insegurança e desespero entre a população. Em alguns casos, as forças israelenses foram acusadas de não intervirem durante os saques, mesmo quando solicitadas.
Em meio a esses desenvolvimentos, os ataques de Israel não se limitaram a Gaza; as operações militares se estendem ao Líbano, onde Israel intensificou suas ofensivas contra o Hezbollah, causando um grande número de mortes entre civis. Desde o início do atual conflito, mais de 3.300 pessoas já perderam a vida no Líbano, agravando a crise humanitária na região.
A guerra entre Israel e Hamas e seus aliados continua a se desdobrar, levantando preocupações globais sobre o potencial de uma escalada de violência ainda mais grave. A pressão internacional por um cessar-fogo e um diálogo pacífico é cada vez mais urgente diante de uma crise humanitária em crescente deterioração.