Nação

Haddad denuncia 'descaso' com apostas e afirma que é hora de proteger as famílias brasileiras

2024-09-27

No seu primeiro ano como Ministro da Fazenda, Fernando Haddad se manifestou sobre a situação das apostas esportivas, conhecidas como 'bets', e defendeu que é chegada a hora de regularizar essa atividade, que foi legalizada em 2018, no final do governo Michel Temer, mas que não recebeu a devida atenção nas gestões que se seguiram.

Durante um pronunciamento oficial, Haddad ressaltou que o governo está decidido a "restaurar a ordem no caos" que envolve o tema, destacando a urgência de medidas que garantam a proteção das famílias brasileiras. Ele enfatizou que, apesar dos atrasos e da falta de atenção a essa questão, a regulamentação das apostas é uma prioridade atual.

"Estamos munidos de todos os instrumentos necessários para regulamentar essa questão delicada, que afeta a vida de muitas famílias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já solicitou ações coordenadas entre os Ministérios da Fazenda, da Saúde, do Desenvolvimento Social e dos Esportes para combater a lavagem de dinheiro e tratar da dependência de jogos", afirmou Haddad.

O ministro ainda mencionou a intenção de monitorar as apostas através do controle do CPF dos apostadores, visando entender melhor os valores apostados e os prêmios recebidos. A ideia é implementar um meio de pagamento que ajude a prevenir o endividamento decorrente das apostas e também banir empresas não autorizadas do mercado brasileiro.

Adicionalmente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou que a instituição tem acompanhado de perto o impacto das apostas na economia e no nível de endividamento da população. Ele observou que a maioria das transações está sendo feita via PIX, e não por cartões de crédito, o que levanta preocupações sobre a saúde financeira dos apostadores. "Estamos avaliando o que todas essas movimentações significam para a definição da taxa de juros e o impacto no mercado de crédito", declarou Campos Neto.

Uma pesquisa recente revelou que cerca de 24 milhões de brasileiros participaram de jogos de azar e apostas online. A maior parte dos apostadores têm entre 20 e 30 anos, mas o hábito está se expandindo para diferentes faixas etárias, com o valor médio gasto mensalmente aumentando com a idade. Enquanto os jovens costumam gastar cerca de R$ 100, os mais velhos podem ultrapassar R$ 3 mil mensais em apostas.

A regulamentação das apostas prevê que as empresas deverão estar registradas no Brasil a partir de janeiro de 2025, o que facilitará a fiscalização. O governo promete um controle rigoroso que indicará quem são os apostadores e quais métodos de pagamento estão utilizando. O objetivo é estabelecer um conjunto de regras claras, não apenas para combater a lavagem de dinheiro, mas também para proteção dos apostadores, que muitas vezes não têm noção dos riscos envolvidos.

Como será essa nova fase das apostas no Brasil? Os próximos passos do governo podem impactar diretamente a relação dos brasileiros com os jogos de azar. Fique atento às atualizações!